1812 Adoniram e Ann Judson viajam para a Índia
Que lua-de-mel! Adoniram Judson se casou com Ann Hasseltine em 5 de fevereiro de 1812, e, duas semanas depois, viajavam para a índia, indicados como missionários pela recém-criada Comissão Americana para Missões Estrangeiras.
Parece que eles passaram a maior parte de seu tempo a bordo pulando corda, dançando, estudando a Bíblia e discutindo.
Discutiam sobre o batismo.
Em seus estudos teológicos, Adoniram concluíra que os congregacionais estavam errados sobre o batismo, e os batistas, certos.
Ann, sem dúvida, respeitava a decisão de seu marido, mas lembrava-o constantemente que eles foram enviados e eram sustentados pelos congregacionais naquele empreendimento missionário.
Certamente, seria muito melhor pensar bastante sobre esse assunto antes de tomar qualquer decisão radical.
Entretanto, o impetuoso Adoniram venceu essa discussão.
Ana também se tornou batista, como também fizera Luther Rice, seu colega naquela viagem missionária.
Quando chegaram a Calcutá, os Judsons enviaram Rice de volta com uma carta de demissão e uma tarefa grandiosa: levantar sustento missionário entre as igrejas batistas.
Até aquele momento, os batistas da América não tinham sociedade missionária alguma.
Rice cumpriu sua tarefa de maneira admirável, e o casal Judson conseguiu permanecer na Ásia, marcando seu lugar na história entre os primeiros missionários americanos a irem para fora de seu país.
Seis anos antes, ninguém teria imaginado que tanto Ann quanto Adoniram se encaminhariam para o campo missionário.
Ann foi uma adolescente cheia de vontades, preocupada com suas necessidades, que amava divertir-se.
Adoniram, apesar de ser um pouco temperamental, era um ¡ovem brilhante que se afastara de sua criação religiosa a favor de uma carreira de ator em Nova York.
As obras de Hannah More e John Bu-nyan fizeram com que Arm se aproximasse de Deus.
Para Adoniram, a repentina morte de um companheiro de quarto da faculdade, o mesmo rapaz que pedira a ele que rejeitasse o cristianismo, o trouxe de volta aos braços do Senhor.
Em 1808, Adoniram voltou para sua casa nos arredores de Boston e dedicou-se a Cristo.
Lendo sobre as terras asiáticas da índia e da Birmânia, Adoniram sentiu-se movido a ir para lá como missionário. Isto não seria fácil, pois não havia juntas missionárias na América para enviá-lo.
A Reunião de “Oração do Monte de Feno” mudou isso.
Um grupo de estudantes da Williams College e do Seminário Andover correu para um celeiro a fim de fugir de um aguaceiro que caía.
Ali, ao lado de um monte de feno, começaram a orar pelas necessidades do mundo.
Todos eles, incluindo Adoniram Judson, sentiam-se atraídos pelo trabalho missionário. Liderados por Samuel J.
Mills, eles se apresentaram à Igreja Congregacional para que fossem enviados.
A Comissão Americana para Missões Estrangeiras foi formada em 1810, mas demorou algum tempo até que levantassem fundos para os recém-nomea-dos.
Impaciente, Adoniram viajou para Londres para tentar obter apoio da Sociedade Missionária de Londres.
A França guerreava contra a Inglaterra naquela época, e os franceses capturaram seu navio.
Judson passou por alguns momentos nada agradáveis, como prisioneiro de guerra antes que pudesse convencer seus captores de que era americano, e não inglês.
Ele voltou para Boston são e salvo e a junta estava pronta para enviá-lo, com outros quatro, logo no início de 1812.
Nesse meio tempo, Adoniram conheceu Ann e se apaixonou por ela.
Ele lhe prometeu uma vida de dificuldades, serviço missionário em locais primitivos, trabalho duro e poucas conveniências.
Que garota poderia resistir a tudo isso? Contudo, desde o início, Ann via a si mesma como colega de trabalho de Adoniram, tão envolvida no empreendimento missionário quanto ele.
Ela se ajoelhou com ele quando os dois foram consagrados para o trabalho missionário, no dia seguinte ao casamento deles.
Depois disso, os dois partiram para a viagem.
Contudo, mais problemas esperavam por eles na índia.
Os governadores britânicos da índia não permitiriam que aqueles americanos permanecessem ali.
William Carey sugeriu que eles se mudassem para a Birmânia, pois seu filho Félix era embaixador ali, e poderia recebê-los por algum tempo.
Havia mais problemas envolvidos na questão de ir para a Birmânia, mas o casal Judson chegou ali e começou a trabalhar imediatamente, aprendendo o idioma, dando início a uma escola para meninas e traduzindo o Novo Testamento.
Ann aprendeu o birmanês tão bem quanto Adoniram e o ajudou nessa tarefa de tradução.
O primeiro convertido só surgiu após seis anos de trabalho. Os problemas continuavam.
Ann tinha problemas de saúde e voltou temporariamente para os EUA.
Logo após ela ter retornado para a Birmânia, a guerra daquele país com a Inglaterra eclodiu.
Adoniram foi preso e mantido prisioneiro por dois anos.
Ann mudou-se para as proximidades da prisão e o visitava regularmente. Essa provação afetou a saúde de ambos.
O exército britânico libertou Adoniram, mas Ann morreu pouco depois, aos 36 anos.
Adoniram trabalhou por mais de 24 anos na Birmânia e, após esse período, os resultados eram mais aparentes.
A tradução do Novo Testamento para o birmanês, feita pelo casal Judson, foi publicada, com um catecismo escrito por Ann. (Ela também produziu uma tradução de partes das Escrituras para o siamés.)
Ao todo, Judson estabeleceu 63 igrejas, a maior parte delas entre a tribo Karen, habitantes das montanhas da Birmânia e do Sião.
Os karens tinham uma tradição que dizia que eles receberiam a visita de estrangeiros que viriam restaurar o conhecimento do verdadeiro Deus que haviam perdido.
Naquela ocasião, mais de 100 mil pessoas do povo karen foram batizadas como cristãos.
A Sociedade Batista Americana de Missões Estrangeiras (descendente da sociedade missionária batista que Luther Rice fundara) apoiou grandemente o trabalho entre o povo karen.
O casal Judson também participou da fundação de duas sociedades missionárias diferentes.
Essas entidades fomentaram a formação de várias outras organizações cristãs e juntas missionárias nos EUA.
Eles foram os pioneiros do ministério cristão no sudeste da Ásia e serviram de inspiração para inúmeros casais missionários que passaram juntos por momentos difíceis em campos missionários por todo o mundo.
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