1870 O papa Pio IX proclama a doutrina da infalibilidade papal
O que era a Itália: apenas uma região geográfica ou uma nação unificada?
Quem governava a nova nação?
Em meados do século XIX, essas perguntas ainda aguardavam uma resposta.
A Europa assistira a uma série de mudanças em 1848, à medida que a onda de nacionalismo varreria o continente.
Na França, na Itália e em uma dezena de outras nações, o povo começara a reivindicar o direito de ter seu próprio país, baseado na língua e na geografia, em vez de ser governado por outras nações.
A Sicília procurava uma maneira de libertar-se da monarquia de Bourbon, e o norte da Itália tentava se livrar das restrições do governo austríaco.
O novo papa, Pio IX, apoiava o Risorgimento [Ressurgimento], movimento que pretendia criar um Estado de língua italiana.
O papa agradou os liberais italianos quando outorgou uma constituição aos Estados Papais. Isso, contudo, não perdurou muito tempo.
Quando os revolucionários assassinaram o novo primeiro-ministro, o papa se retirou dos Estados Papais durante algum tempo.
Voltou somente com a ajuda do exército francês.
Naquele momento, ele via a ameaça dos liberais e queria encorajar o velho governo absolutista.
Em 1869, o papa, que fora sitiado, convocou o Concilio Vaticano i.
As filosofias liberais e o nacionalismo crescente encorajaram um pensamento mais livre na igreja.
Muitos sacerdotes e bispos tinham começado a pressionar o poder do papa.
Em um mundo que não era mais uniformemente católico, o papado também perdera influência política.
A igreja precisava avaliar a si mesma diante dos desafios do pensamento liberal e da diminuição da importância da tradição na igreja.
Em 1854, Pio IX fez um pronunciamento dizendo que a Virgem Maria concebeu sem pecado, a doutrina da Imaculada Conceição.
Embora muitos católicos já aceitassem essa proposição havia vários anos, isso, agora, se tornava doutrina da igreja.
Nove anos depois, o papa deu continuidade às declarações com o Sílabo de erros.
Em um esforço de deter a onda de liberalismo, ele relacionou coisas às quais nenhum católico poderia jamais dar ouvidos, por exemplo, pensamentos modernos como o racionalismo ou o socialismo, casamentos civis e muitas formas de tolerância religiosa.
O Concilio Vaticano I abordou a questão do papel que o papa desempenhava na igreja.
Pio ix procurou estabelecer duas coisas: que o papa, o vigário de Cristo, tinha poder pleno e direto sobre toda a igreja e sobre toda sua hierarquia. Estabeleceu também que, quando fala excathedra (“da cadeira”, i.e., exercendo a função de papa), ele é infalível.
A despeito do liberalismo na igreja, o papa saiu vitorioso no Concilio Vaticano i.
Essas duas proposições se tornaram doutrina da Igreja Católica.
Embora os liberais tivessem desaprovado isso, para muitas pessoas, como os que favoreciam o absolutismo, essas medidas eram bem-vindas.
Eles viviam em uma era de confusão, pois muitas coisas haviam mudado na política e na filosofia.
Muitos católicos precisavam ter segurança de que algumas coisas — como o papa e os ensinamentos da igreja — permaneceriam firmes.
O papa não conseguiria manter sua autoridade política, pois, cerca de dois meses depois do Concilio Vaticano i, Vítor Emanuel n conquistou Roma, e seus habitantes aprovaram a formação do reino da Itália.
Embora o papa tivesse perdido o poder temporal, ele obteve vitórias no aspecto espiritual.
Do Vaticano, ele exerceu mais autoridade do que qualquer um dos mais poderosos prelados da Idade Média.
A Igreja Católica permaneceria praticamente sem alterações até o Vaticano II.
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