sábado, 4 de fevereiro de 2023

DESAFIOS DA IGREJA CRISTÃ NA PÓS-MODERNIDADE-PARTE II*

"A IDENTIDADE DA IGREJA CRISTÃ"

TEXTO BASÍCO LC 22:47

INTRODUÇÃO

E estando ele ainda a falar, eis que surgiu uma multidão; e aquele que se chamava Judas, um dos doze, ia adiante dela, e chegou-se a Jesus para o beijar.

Para compreender o conceito da identidade cristã é necessário conhecê-la num sentido lato senso, sua cosmovisão, natureza espiritual, 

Visão e missão para qual foi constituída! Sabe-se que na Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.” Sabe-se que o nome de cristão não foi um nome auto declaratório, entretanto essa nomenclatura foi uma atribuição dada como testemunho de quem observava de fora. 

Ora, muitos andavam com o mestre até mesmo o seguia de perto e era discípulo, apesar disso não havia passado pelo processo do novo nascimento vindo a traí-lo (Lucas. 22:47).

Entretanto, sabidamente evidencia-se a relação filial como marca daqueles que foram regenerados e nascidos de Deus conforme (1º João 3-1) “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus.” Com base na conceituação de igreja cristã, e tomando como referencia o sentido ampliado, bem como a considerar a raiz etimológica da conceituação do termo é: (do grego εκκλησία [ekklesía] através do latim ecclesia) é uma instituição religiosa cristã separada do Estado, ou uma comunidade de fiéis ligados pela mesma fé e submetidos aos mesmos “dirigentes espirituais”.

Neste ponto de vista a “Igreja” é uma palavra de origem grega escolhida pelos autores da Septuaginta (a tradução grega da Bíblia Hebraica) para traduzir o termo hebraico q(e)hal Yahveh, usado entre os judeus para designar a assembleia geral do “povo do deserto”, reunida ao apelo de Moisés. 

No ponto de vista de unidade corporal a Igreja é o corpo, enquanto que Cristo é a cabeça, e nessa conjugação integrativa, sabidamente o corpo é guiada e dirigida em graça para o crescimento e aperfeiçoamento dos santos como parte individual (membro) deste corpo. 

Assim sendo, é natural que uma vez integrada ao corpo de Cristo, produza-se um sentimento de pertencimento ao corpo, que bem ajustado e alinhado a vontade perfeita de Cristo dá abundantes frutos!

Ainda neste mesmo sentido, o corpo também pode ser compreendido em sua justaposição na composição de vários membros, e neste panorama tipifica-se como a Igreja do Senhor, ou seja, a assembleia universal dos santos. 

Conforme o traslado do texto de (1ª Reis 8:11) “de forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o seu templo.” a atenção a que nos remete o transcrevo textual do Antigo Testamento, é que o Senhor havia abençoado a igreja, e que sua glória ali permaneceria presente.

Outro termo para apresentar a igreja é koinonia, esta revela o caráter da coletividade da mesma em comunhão. 

Em Oseias é notório perceber este amor no plural revelado no singular “Oséias com sua teologia de amor prepara o pano de fundo para a ideia do Novo Testamento de que a existência só é percebida num relacionamento com Deus, e a vida mais completa é percebida na koinonia (comunhão de amor)”.

Nesse aspecto denota o caráter coletivo singularizado pela cosmovisão da igreja enquanto a Noiva de Cristo, a redimida, a eleita e escolhida do Pai para o casamento com o Filho. 

Efésios 5: 25- 27-estabelece: “Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável.” Nesse sentido, a igreja está inserida no mundo, mais não vive segundo os preceitos do mundo, que ora se encontra espiritualmente caído.

“A igreja, portanto, precisa de um elevado padrão moral para que tenha relevância sobre a sociedade e exerça influencia sócio-cultural suficiente para o correto balizamento da moral social”. Sem a Igreja ou sem que esta exerça sua influência positiva, a sociedade perde o seu “norte” e acaba se mantendo na imoralidade mórbida, o pecado toma conta e a sociedade perece.

Enquanto que o pensamento preponderante da igreja primitiva conduzia os irmãos a um nível pleno de compartilhamento e que serve de baliza para a igreja da atualidade, mesmo que num sentido de contexto sócio-cultural completamente diferente, mas na essência o sentimento da igreja de unidade deve ser análogo (comunhão de amor fraternal).

Autor: Humberto Chaves da Rocha.

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