Há cura para psicopatia?
Não há cura para psicopata, diz o neurocientista brasileiro Jorge Moll, autor de estudo que explica a psicopatia como uma doença.
Um mal que afetaria áreas do cérebro responsáveis pela identificação da "moral".
Com base neste pensamento é que para muitos profissionais da área de psicanálise tratar de um psicopata é uma luta inglória, pois não há como mudar sua maneira de ver e sentir o mundo. Psicopatia é um modo de ser.
Entretanto, ao contrário do que se julga, a psicopatia tem cura: hoje em dia é sabido que a maioria dos psicopatas é recuperável podendo vir a ser bons cidadãos da sociedade.
Embora os psicopatas raramente se sintam motivados para procurar tratamento, uma pesquisa feita pela psicóloga Jennifer Skeem sugere que essas pessoas podem usar a psicoterapia como tratamento. “Mesmo que seja muito difícil mudar comportamentos psicopatas, a terapia pode ajudar a pessoa a respeitar regras sociais e prevenir atos criminosos. ”
Para psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva o psicopata é uma forma de existir é um tipo de personalidade.
Segundo a autora de mentes perigosas a pessoa não fica psicopata, mas nasce psicopata.
Assim sendo, o psicopata é a personalidade que trás nela a índole do mau.
No livro, ela afirma que psicopatas nascem com um funcionamento cerebral que não permite conexão com os outros seres humanos e por isso agem sem limites.
Segundo a Drª Ana Beatriz o psicopata sabe exatamente o que está fazendo.
Ele tem um transtorno de personalidade. É um estado de ser no qual existe um excesso de razão e ausência de emoção.
Ele sabe o que faz, com quem e por quê. Mas não tem empatia, a capacidade de se pôr no lugar do outro.
Assim sendo, o psicopata seria essencialmente mal.
Porém, a psicopatia não é loucura, mas sim um grave transtorno de personalidade que aparentemente não tem cura.
Muitos estudos estão sendo feito nesta área, sabe-se, contudo, que apesar de aparentemente não haver cura ou tratamento efetivo para psicopatia ela pode ser acompanhada com proposta terapêutica, internação como forma eficaz de isolamento social, associado à um tratamento com bons tratos, atenção e cuidados, para que o inconsciente, aos poucos, vá adotando esse novo padrão de comportamento, em substituição ao que o paciente dolorosamente passou e sim, é possível ser curado. Entendemos por cura, não somente a substituição de memórias, seja, negativas por positivas, como também a adoção dos novos conceitos, que irão nortear sua nova vida, doravante pós tratamento.
Acredito na recuperação para o psicopata porque, um estudo de gêmeos sugere que a psicopatia tem um componente genético forte.
Estudos recentes têm produzido teorias para determinar se há relação biológica entre o cérebro e a psicopatia.
Uma teoria sugere que a psicopatia é associada tanto com a amídala (a qual está ligada a reações emocionais e aprendizado emocional), quanto com o córtex pré-frontal (associado com o controle do impulso, tomada de decisão, aprendizado emocional e adaptação ao ambiente).
Alguns estudos têm mostrado diminuição na matéria cinzenta nessas áreas em psicopatas.
Segundo estudo feito por Pamela Y. Blake, Jonathan H. Pincus e Cary Buckner - Neurologic abnormalities in murderers, 20 de 31 assassinos confessos e sentenciados possuíam diagnósticos neurológicos específicos: - mais de 64% dos criminosos foram diagnosticados com anormalidades no lobo frontal.
Assim sendo, os psicopatas não são apenas mentalmente diferentes, seus cérebros são fisicamente deformados para evitar que sintam medo ou culpa.
Os resultados do estudo revelaram anormalidades estruturais e funcionais nos cérebros dos psicopatas, com cientistas descobrindo que havia menos comunicação entre duas áreas-chave de seus cérebros.
A primeira dessas estruturas conhecidas como o córtex pré-frontal ventromedial, é responsável por emoções, incluindo empatia e culpa.
O segundo, chamado amígdala, controla os níveis de medo e ansiedade. Pensa-se que a falta de comunicação entre essas duas áreas torna difícil para psicopatas para regular seu comportamento social e emocional.
O autor do estudo Michael Koenigs, da Universidade de Wisconsin-Madison, disse que as duas estruturas "não estar se comunicando como deveriam".
Segundo, o neurologista Antonio Damasi os Indivíduos que são inteligentes e que são capazes de raciocinar bem, tornam-se monstros sociais quando eles não sentem "emoção social", que é à base da moral, do sentimento que está certo ou errado.
É fato que existe o fator genético no transtorno de personalidade anti-social. Mas, estudos comprovam que o nível de empatia, no entanto, não é determinado no momento do nascimento. “Há uma interação de fatores sociais com causas genéticas que ainda estão sendo investigadas”, diz o indiano Bhismadev Chakrabarti, Ph.D. pela Universidade de Cambridge, ele mesmo descobridor de 4 genes relacionados à empatia. Junto com outros pesquisadores, o neurocientista mediu em 2009 o QE(Quociente Emocional)
O psiquiatra americano Paul Soloff mostra que pessoas abusadas sexualmente na infância, por exemplo, têm amígdalas cerebrais menores, menos matéria cinzenta no córtex temporal medial e uma região chamada hipocampo menor. Todas áreas ligadas ao circuito de empatia.
Isso confirma que o psicopata nasce com problemas córtex pré-frontal ventromedial e por falta de uma estrutura educacional e a companhamento profissional de psicoterapeutas ele se torna cada dia pior. Todos sabemos que há mais chances de crueldade em famílias devidos os abusos físicos e psicológicos do que uma criança nascer com deformação no órtex pré-frontal ventromedial e se nascer a possibilidades de reparação é muito grande quando diagnosticada na infância.
A psicanalista Soraya Hissa de Carvalho, discorda do meu ponto de vista porque segundo ela a “psicopatia é um modo de ser”.
Assim sendo, é preciso tomar cuidado, pois terapias, medicamentos e outras técnicas que podem ser utilizadas para tratar o transtorno podem gerar o efeito contrário. Ou seja, o psicopata só fica cada vez mais apto a manipular as pessoas.
Surge uma questão, se a psicopatia é um modo de ser, haveria uma forma de mudar a personalidade de um psicopata?
É com base no pensamento de que a psicopatia é um modo de ser que acredito no tratamento com acompanhamento de profissionais competentes com o fim de se obter a cura.
Afinal, o que é um modo de ser? Se não uma personalidade formada. E o que é personalidade?
Para simplificar podemos dizer que, personalidade é um conjunto de características que exercem uma espécie de força interna capaz de determinar a forma como um sujeito se comporta.
Ela é recorrente e consistente de maneira que se você compreende a personalidade de alguém é possível prever como esse sujeito irá reagir diante de determinada situação.
Hoje em dia acredita-se que 40% da personalidade são de origem genética enquanto os 60% restante são moldados pelo ambiente em que se vive.
É necessário salientar que mesmo os traços inatos da personalidade podem ser modificados pela experiência de vida do indivíduo.
Muitos teóricos postulam que ela está totalmente formada já na adolescência e a partir de então ela se torna inalterável, nessa hipótese, seria possível alterar apenas alguns traços, mas a personalidade com um todo permaneceria a mesma.
Porém, psicólogos importantes como Erik Erikson afirmam que a personalidade está em constante formação até o fim da vida.
Carl Rogers e Alfred Adler, importantes teóricos da Psicologia, acreditavam que existe na natureza humana uma tendência ao aperfeiçoamento, ou seja, tendemos a nos tornar pessoas melhores a cada dia.
No meu ponto de vista e com base em estudos e acompanhamentos sacerdotal é que acredito na cura para o psicopata.
Assim sendo, posso afirmar, a psicopatia tem cura, desde que tratada de forma adequada, com internação (porque o isolamento é essencial para a eficácia do tratamento) e acima de tudo, receber tratamento humano e espiritual, em oposição às próprias crenças (além do terapêutico); será primordial para a sua recuperação.
O tempo será relativo, por depender de alguns fatores, de natureza individual de cada paciente e dos métodos terapêuticos empregados.
Por, Pr José Alfinyahu
Teólogo, Parapsicólogo, Psicanalista, Professor.
Th. M em bíblia e Th. D em Teologia Sistemática.
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