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INTRODUÇÃO
TEMA: FILHOS REBELDES: DE QUEM E A CULPA?
Crianças: vítimas ou culpadas?
Estamos, diante de uma questão polêmica: quem é o culpado pela existência de filhos problemáticos?
A culpa tem sido atribuída a vários fatores, de acordo com a percepção de cada pessoa.
Antes de redigir este estudo, além das pesquisas bíblicas, foram ouvidas pessoas de diferentes posições sociais, membros de igreja, oficiais e até mesmo elementos que professam outros credos, procurando sentir o que está acontecendo e o que pensam sobre o problema.
Alguns responderam ser a sociedade a culpada, muitos afirmaram serem os pais (a família), outros não tiveram respostas, mostrando-se confusos e reflexivos.
O problema existe e requer uma análise profunda das dificuldades que afetam hoje os lares, os pais, os adolescentes e jovens.
I° O conflito de gerações
1° O lar hoje. Mudou muito a estrutura dos lares modernos.
Pelo menos três pontos são bem conhecidos:
1° O amor está se esfriando:
O casamento por si já é uma sociedade complexa.
E ele está em crise. Se o dia não foi muito bom para um dos cônjuges, é certo que será ótimo para um bate-boca.
2. O sustento da casa está cada vez mais problemático.
Se o dinheiro falta, a confusão está armada; quando sobra também.
3° Filhos sem afeto: A convivência dos pais com filhos é cada vez menor.
O pai precisa sair de madrugada para o trabalho e só volta à noite: quase não convive com os filhos.
A mãe tem sido obrigada a trabalhar fora.
2. Como são os filhos: A personalidade dos filhos é fruto de uma carga variada de influências-, o meio em que se formaram, a herança paterna, as influências externas e especialmente o pecado original do qual só nos livramos pela conversão e pela misericórdia de Deus.
Assim, encontramos:
1° filhos rebeldes: estão sempre de mau-humor e criado conflitos com os pais e irmãos; logo cedo na vida arrumam seus colegas, se "enturmam" e não têm hora para sair ou chegar em casa;
2. filhos desobedientes: têm por hábito contrariar a vontade dos pais em quase tudo; não acatam sua autoridade, suas ordens, fazem o que querem;
3. filhos respondôes: discordam de tudo, às vezes gratuitamente; são turrões; outros agridem com palavras que humilham e ferem; xingam, discutem.
Muitos assumem uma posição política contrária à da família, o que se torna um motivo a mais para desavenças;
4. filhos agressivos: são indelicados, batem nos irmãos e até nos pais, quebram objetos. São de "estopim curto".
A qualquer contrariedade, explodem.
Quando chegam em casa, tudo fica tenso; quando saem, é um alívio;
5. filhos preguiçosos: não cumprem suas tarefas, não estudam, e não querem trabalhar;
f. filhos delinqüentes: desviam-se dos padrões morais da família, envolvendo-se em namoro escandaloso, ou mexendo com drogas, roubos, etc.
São "barra-pesada" e a polícia está sempre de olho neles.
II. Problemas externos afetam a harmonia do lar
Entre os problemas externos, vamos analisar a interferência do consumismo e dos meios de comunicação sobre o lar.
1° Consumismo: A família sofre os efeitos negativos da inflação, mas o consumismo é um flagelo ainda maior.
Provavelmente o verbo "comprar" seja o mais conjugado nos lares.
Quando a expectativa dos filhos não corresponde aos seus anseios, surgem conflitos na família, que levam a conseqüências desastrosas - indisposição de pais contra filhos, abandono do lar, desenlaces, acarretando para os filhos problemas das mais diversas naturezas.
2. Influência negativa dos meios de comunicação: uma interpretação materialista da vida. Isso não é novo.
Nos dias de Davi já havia quem afirmasse: "Não há Deus", SaImo 14: 1.
Hoje a divulgação dessa posição é feita pelo cinema, televisão, jornais, revistas, internete e livros.
Os meios de comunicação estão solapando o alicerce da família.
III. Do ponto de vista espiritual, o que precisa ser feito
Aqui reside o ponto central da questão: filhos problemá¬ticos normalmente não crêem em nada.
Até mesmo no meio evangélico, esse mal vem campeando.
Os críticos atribuem a culpa à Igreja, aos pastores e presbíteros.
Alegam falta de ambiente adequado, de tato no relacionamento, de melhores programas, ou de excessiva rigidez doutrinária.
Na verdade, a Igreja começa ou tem a sua origem no lar e este, por sua vez, tem falhado em vários aspectos básicos, indispensáveis para a criação dos filhos, como:
1° Falta de espiritualidade: No Antigo Testamen¬to, no sistema patriarcal, cada família se constituía numa congregação, onde Deus era servido e adorado, Deuteronômio 6: 4, 9.
O cristianismo também se desenvolveu através das famílias.
A Igreja Primitiva não tinha templos; suas reuniões eram feitas nos lares, Romanos 16: 5.
Hoje, a falta de cultivo espiritual nos lares está corroendo e desintegrando a família.
2. Falta de ensino, Prov. 22:6 e 15. Os pais crentes precisam saber dizer aos seus filhos:
"Sede meus imitadores como também eu sou de Cristo", I Corintios 11: 1.
3. Falta de disciplina: Esse elemento é indispen¬sável para a construção da obediência dos filhos, Provérbios 22: 15; 23:13-14 e 29:15-17 e Efésisos 6:1-3.
4. Falta de amor : A Palavra de Deus determina que os pais amem os seus filhos, mas também que sejam prudentes, não os irritando, Colosenses 3: 21.
Os filhos problemáticos são na maioria das vezes frutos de uma rejeição, involuntária ou deliberada dos pais.
Conclusão
Duas propostas de soluções para os problemas entre pais e filhos.
1° O diálogo: Hoje os pais estão mais amadurecidos quanto a esses problemas e procurando dialogar com os ãlhos.
Estão procurando apoio ou lendo mais, porque sabem que, dependendo da idade, soluções antigas como bater, castigar, humilhar são questionáveis.
O diálogo tem dado muitos resultados, principalmente quando sincero, marcado pelo exemplo e pelo amor.
2. A oração: Tanto nos casos que possamos julgar fáceis, como nos difíceis, a intercessão pelos filhos e pelo lar é muito necessária. Jó fazia isso, diariamente, Jó 1: 5.
"A vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui", Lucas 12: 15.
Os bens de que a família mais necessita não podem ser adquiridos em lojas.
Os maiores bens de uma família são a comunhão com Deus, o amor, a paz e a harmonia.
A ser viso do rei Pr. João Nunes Machado