sexta-feira, 11 de março de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

432 Patrício é enviado como missionário à Irlanda



Um execrava que nem mesmo nascera na Irlanda se tornaria a mais eficiente testemunha cristã naquele país. 

Patrício, filho de pais cristãos, nasceu na Bretanha romana por volta do ano 390. 

Embora nos primeiros anos esse menino não levasse fé tão a sério, começou a orar com fervor aos dezesseis anos, quando foi preso, escravizado e enviado para trabalhar como guardador de porcos em uma fazenda no norte da Irlanda. 

Para fugir de sua escravidão, Patrício viajou cerca de 320 quilômetros a pé rumo à costa. 

Ali, o capitão de um navio que transportava cachorros de caça concordou em levá-lo como tratador. Ele viajou para a França e, de lá, para um mosteiro no Mediterrâneo.

Quando voltou para sua terra natal, Patrício sonhou com as crianças irlandesas implorando para que ele levasse a elas o evangelho. 

“Imploramos que você venha e caminhe entre nós uma vez mais.” Como achava que não tinha a compreensão adequada da fé, Patrício voltou para a França a fim de estudar em um mosteiro. 

Por volta do ano 432, ele voltou à Irlanda.

Poucos anos antes, o monge britânico Paládio tentara converter os irlandeses, mas obtivera pouco sucesso. 

Os anos de escravidão de Patrício entre os irlandeses, aparentemente, o prepararam para ser um homem de coragem que compreendia aquele povo e sabia como pregar para eles.

A lenda obscurece muitos dados da vida de Patrício, mas a história de muitas vilas atesta seu ministério ali. 

Sabemos que o missionário converteu a maioria dos irlandeses ao cristianismo, estabelecendo cerca de 300 igrejas e batizando cerca de 120 mil pessoas. 

Embora Patrício enfrentasse problemas com alguns chefes de tribos hostis e com os druidas — os defensores do velho paganismo — “o povo comum o ouvia com alegria”. 

Não houve um mártir sequer no processo de conversão dos membros daquelas tribos contenciosas.

Usando a natureza, que já haviam adorado no passado, Patrício descreveu a Trindade comparando-a a um trevo. 

A compreensão dos irlandeses de que Patrício agia por Deus quando extirpou a falsa religião e estabeleceu a verdade entre o povo pode ser vista na lenda que diz que ele expulsou as cobras da Irlanda.

Depois de 30 anos de ministério altruísta, Patrício morreu por volta do ano 460. 

Ele nos deixou poucas coisas escritas, dentre as quais podemos destacar o notável hino I bind unto myself today [Hoje constrangido], conhecido como “Brasão de Patrício”.

Muitos anos depois, os missionários da igreja Ocidental chegaram à Irlanda e descobriram uma fé viva naquele lugar. 

Os sacerdotes e monges irlandeses eram estudiosos e missionários notáveis, e a igreja causara profundo efeito sobre as pessoas comuns. 

O clero vivia de maneira simples e devota, muitas vezes em circunstâncias difíceis. 

Embora seus mosteiros fossem despretensiosos, simples estruturas de pedra, o aprendizado e a arte (por exemplo, o extraordinário Livro de Kells) mostravam a piedade extremamente viva dos monges. 

O fato é que esse estilo de vida piedoso alcançou o restante da Europa à medida que levaram a Palavra para fora de seu país.

A igreja da Irlanda se desenvolveu à parte do sistema hierárquico de Roma, pois Patrício evangelizou a nação sem se basear na igreja oficial. 

A igreja irlandesa foi organizada ao redor de mosteiros, o que refletia o sistema tribal da nação. 

Sem o desejo de estabelecer uma burocracia eclesiástica, os abades irlandeses encorajaram seus monges a levar adiante o “verdadeiro negócio” da igreja: pregar, estudar e ministrar aos pobres.

A Irlanda só se tornou católica por volta do ano 1100, quando o papa deu a Henrique II, rei da Inglaterra, a soberania sobre a Irlanda. 

Em sinal de admiração pela maneira como Patrício trabalhara na conversão dos irlandeses, a Igreja Católica o canonizou.

quarta-feira, 9 de março de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

405 Jerônimo completa a Vulgata

A igreja desde o início aceitou que havia a necessidade de traduzir a Bíblia. 

Embora o grego comum do Novo Testamento fosse amplamente compreendido em todo o Império Romano, nem todos conheciam aquela língua, e a igreja tinha o objetivo de alcançar a todos com o Evangelho.



Surgiram as primeiras traduções em várias línguas, especialmente para o latim (que, com o tempo, passou a ser a língua oficial do império), o siríaco e o copta. Embora possamos destacar o zelo dos primeiros tradutores, infelizmente nem sempre tinham bom domínio do grego.

Dámaso foi bispo de Roma de 366 a 385. Embora o bispado de Roma fosse tido em grande estima, ele ainda não alcançara o poder superior ao dos outros bispados, e Dámaso gostava de poder. 

Ele queria libertar o cristianismo ocidental da dominação do Oriente. 

Havia muito tempo, o grego era a língua aceita pela igreja, mas Dámaso queria que a igreja do Ocidente se tornasse claramente latina. 

Uma das maneiras de conseguir isso seria traduzir a Bíblia para o latim.

O secretário de Dámaso era Euse-bius Hieronymus Sophronius, embora fosse mais conhecido na igreja por Jerónimo. 

Ele foi treinado nos clássicos em latim e grego e repreendia severamente a si mesmo por sua paixão pelos autores seculares. 

Para punir-se, praticava uma vida de renúncia e retirou-se para a Síria para estudar hebraico. 

Jerónimo já havia se tornado um dos maiores estudiosos na época em que começou a trabalhar para Dámaso.

Desse modo, Dámaso sugeriu que seu secretário produzisse uma tradução latina da Bíblia, que eliminasse as imprecisões das traduções mais antigas. Dámaso buscava a uniformidade. 

Assim como já padronizara o culto de adoração das igrejas que estavam sob sua autoridade, Dámaso queria um conjunto padronizado das Escrituras.

Jerónimo começou sua obra em 382. 

Quando Dámaso morreu, em 384, Jerónimo, aparentemente, alimentava o desejo de ocupar a posição de bispo de Roma. 

Em parte pela amargura de não ter sido escolhido, e em parte pelo desejo de se livrar das distrações, Jerónimo mudou-se de Roma para a Terra Santa, estabelecendo-se em Belém. 

Em 405, terminou sua tradução, que não foi sua única obra. 

Durante aqueles 23 anos, ele também produziu comentários e outros escritos, servindo de conselheiro espiritual para algumas viúvas ricas e bastante devotas. 

Ele se envolveu em várias batalhas teológicas de seus dias, por meio de cartas eloquentes — e, às vezes, bastante cáusticas — que até hoje são consideradas muito dramáticas.

Jerónimo começou sua tradução trabalhando a partir da Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento. 

Porém, logo estabeleceu um precedente para todos os bons tradutores do Antigo Testamento: passou a trabalhar a partir dos originais em hebraico. 

Jerónimo consultou muitos rabinos e procurava com isso atingir um alto grau de perfeição.

Jerónimo ficou surpreso com o fato de as Escrituras hebraicas não incluírem os livros que chamamos hoje apócrifos. 

Por terem sido incluídos na Septuaginta, Jerónimo foi compelido a incluí-los também em sua tradução, mas deixou sua opinião bastante clara: eles eram liber eclesiástico (“livros da igreja”), e não liber canônico (“livros canónicos”). 

Embora os apócrifos pudessem ser usados para a edificação, não poderiam ser utilizados para estabelecer doutrina alguma. 

Centenas de anos mais tarde, os líderes da Reforma dariam um passo adiante e não incluiriam esses livros na versão bíblica protestante.

A biblioteca divina, termo pelo qual Jerónimo se referia à Bíblia, foi finalmente disponibilizada em uma versão precisa e muito bem escrita, na linguagem usada comumente nas igrejas do Ocidente. 

Ficou conhecida por Vulgata (do latim vulgos, “comum”). 

A enorme influência de Jerónimo fez com que todos os estudiosos sérios da Idade Média tivessem grande respeito por sua tradução. 

Martinho Lutero, que conhecia hebraico e grego, fez citações da Vulgata durante toda sua vida.

Pelo fato de a obra de Jerónimo ter o selo de aprovação da igreja, outros tradutores tiveram dificuldades em segui-lo. 

Até a Reforma, poucas traduções haviam sido feitas para as línguas europeias e, mesmo assim, em vez de trabalhar a partir do Novo Testamento em grego, os tradutores se voltavam para a Vulgata.

Ironicamente, a tradução da Bíblia no idioma que toda a igreja ocidental pudesse usar, provavelmente, fez com que a igreja tivesse um culto de adoração e uma Bíblia que nenhum leigo podia entender. 

A tradução de Jerónimo deu ao latim o ímpeto que Damaso buscava, mas a Vulgata se tornou tão sacrossanta que a tradução da Bíblia para outras línguas bastante utilizadas foi proibida

terça-feira, 8 de março de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

398 João Crisóstomo se torna bispo de Constantinopla

A primeira vez que a atenção do público se voltou para João Crisóstomo foi devido a uma rebelião em protesto pelos novos impostos. 

Ele era pastor em Antioquia, em 387, quando o imperador Teodósio impôs essa nova taxa. 



O povo de Antioquia ficou enraivecido. 

Em protesto, se revoltaram, atacando oficiais do império e mutilando estátuas de Teodósio e de sua família. 

A ordem foi logo restaurada e as pessoas esperavam ser punidas.

Flaviano, bispo de Antioquia, correu para Constantinopla, a capital do império, pedindo clemência ao imperador. 

Teodósio era conhecido por enviar tropas para massacrar os cidadãos que lhe causavam dificuldades. 

Enquanto o bispo e uma legião de monges pleiteavam junto ao imperador, João tentava acalmar as multidões. 

Em uma série de vinte sermões (Homilías sobre os ícones), ele inspirou, admoestou e desafiou as multidões. 

Essa foi uma série de sermões proféticos da melhor espécie. 

O bispo retornou com notícias de anistia e João insistia com as pessoas para que as atitudes delas mudassem para melhor.

Essa não seria a última vez que João enfrentaria uma situação política séria. 

Ele fez aquilo com coragem, fidelidade e, talvez, com certa dose de arrogância.

Ε possível que ele tivesse aprendido isso com sua mãe, Antusa. Seu marido era oficial militar e morreu pouco depois do nascimento de João. 

Ela estava com apenas vinte anos e era muito bonita, mas rejeitou seus muitos pretendentes com o objetivo de dar a melhor educação possível a João e à irmã dele. 

Antusa vinha de uma família abastada e foi capaz de dar a João excelente educação, incluindo estudos de retórica com um famoso professor pagão chamado Libânio. 

João também estudou Direito, mas foi atraído cada vez mais pela ascese. João ingressou em um mosteiro pouco depois da morte de sua mãe.

Em 381, retornou à sua cidade natal, Antioquia, e foi ordenado diácono. 

O bispo percebeu suas habilidades na comunicação e fez dele pastor e pregador principal de uma das assembléias de Antioquia. 

Foi nessa função que ele enfrentou a revolta dos impostos. 
Durante os anos que se seguiram, ele continuou a ganhar respeito devido à sua habilidade na pregação. 

Por causa disso, recebeu a alcunha de Crisóstomo, transliteração de uma expressão grega cujo significado é “boca de ouro”.

Seguindo a escola teológica de Antioquia, João adotou a abordagem mais literal da Bíblia (em oposição à interpretação mais alegórica da Escola Alexandrina). 

Ele também enfatizou a plena humanidade de Jesus em uma época em que as pessoas ignoravam esse aspecto. 

Crisóstomo pregou longas séries de mensagens sobre Gênesis, Mateus, João e Romanos, a maioria das quais ainda possuímos. Ele também escreveu comentários.

Em 397, o bispado de Constantinopla ficou vago. 

Era uma posição de grande prestígio, na capital do império. 

O imperador Arcádio escolheu João, o Boca de Ouro. 

Ε possível que, mais tarde, ele tenha se arrependido de sua decisão.

João era tão popular em Antioquia que teve de ser praticamente raptado para ser levado a Constantinopla. 

Acabou por ser consagrado bispo na capital em 398. 

O oficiante da consagração foi o bispo Teófilo de Alexandria.

Devido especialmente às questões políticas, Teófilo causou grandes problemas a João. 

Ele queria que João lhe fosse subserviente e, provavelmente, ficou enciumado pelo número de novos bispos que passou a seguir Crisóstomo, em função de sua habilidade na pregação. Teófilo também se opunha à teologia de Orígenes, na qual João se fundamentava. 

Com seu modo audacioso, João provavelmente não despendeu muito esforço para apaziguar o bispo Teófilo.

João tentou ministrar à grande comunidade dos góticos da cidade, dando-lhes boas-vindas, mas não aprovando a heresia ariana que muitos deles professavam. 

Pregava de maneira veemente contra o pecado, sempre que deparava com ele, a começar pelo próprio clero. 

Sacerdotes flertavam com a imoralidade, e João queria que isso acabasse. 

Ele também pregava contra as roupas insinuantes das mulheres de Constantinopla. 

Embora não se saiba se João tenha feito isso de propósito, o fato é que a imperatriz Eudóxia tomou as palavras de João como afronta pessoal.

Quanto a Teófilo, a gota d’água foi o fato de João ter aceitado quatro monges, defensores da teologia de Orígenes, que haviam sido disciplinados em Alexandria. 

O bispo alexandrino viajou para Constantinopla e se reuniu com os inimigos de João. 

Em uma propriedade conhecida como “O Carvalho”, em 403, foi promovido um sínodo que condenou os ensinamentos de João e o baniu de sua igreja.

Eudóxia, no entanto, era supersticiosa. 

Um acidente, talvez um terremoto, aconteceu no palácio logo depois do sínodo e a imperatriz ficou assustada. 

Ela, imediatamente, pediu ao imperador que revogasse as decisões do sínodo. 

João foi trazido de volta por um período de cerca de um ano. 
Destemido como era, continuou a expressar de maneira aberta que pensava, especialmente quando uma estátua de Eudóxia foi levantada ao lado da catedral.

A imperatriz reagiu. 

Soldados imperiais interromperam um culto de Páscoa e alguns dos seguidores de João foram massacrados. 

João foi mandado para o exílio, em Cucusso, lugar lúgubre perto da Armênia. O papa Inocencio i protestou contra esse tratamento, mas o protesto foi em vão.  

O imperador do Oriente já tomara suas decisões. 

Mesmo no exílio, João continuou a se corresponder com seus seguidores, orientando-os sobre as questões da igreja. 

Logo, o imperador decidiu mandá-lo para mais longe ainda.

Foi assim que João morreu, viajando para o local de exílio ainda mais distante, em 407. 

Nas décadas seguintes, o papa Inocencio conseguiu limpar o nome de João, ao forçar o bispo Teófilo e outros a incluir o nome de João na lista de nomes pelas quais a igreja deveria orar.

João deixou o legado da boa pregação. 

Promoveu o estilo de exposição literal da Bíblia conforme praticado em Antioquia e, com Ambrósio, foi um dos primeiros líderes da igreja a se levantar corajosamente diante dos governantes e dizer: “Assim diz o Senhor…”. 

Alguns cristãos fariam a mesma coisa em outros momentos críticos da história. 

sábado, 5 de março de 2022

HOUVE UM TEMPO

TEXTO BASE EC 3: 1 - 5

INTRODUÇÃO

TEMA: HOUVE UM TEMPO


1. Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.

2. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

3. tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar;
4. tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
5. tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;

Houve um tempo em que os crentes gostavam de orar.

Nessa época eles murmuravam pouco, por falta de tempo e de oportunidade e não perdiam nenhum ensejo para apresentar sua adoração, sua oração e sua intercessão diante do Trono do Pai.

Houve um tempo em que os cultos não eram um espetáculo, senão um cenáculo espiritual.

Houve um tempo em que os pastores se dedicavam à leitura da Palavra. 

Eles não se envolviam com política, nem secular nem eclesiástica. 
Eles não viviam obcecados por títulos e cargos, quer na sua comunidade, quer no âmbito nacional.

Houve um tempo que as Convenções eram convocadas para que os obreiros mais jovens ouvissem estudos bíblicos e experiências notáveis dos mais antigos!

E assim eram fortalecidos e robustecidos: na fé e no ministério. 
Nesse tempo, ir a uma reunião convencional era um grande sonho, uma ardente paixão, um negócio de Deus.

Houve um tempo em que os presidentes não eram ditadores e os líderes não eram senhores de engenho. 

Todos viviam mergulhados no mar da graça misericordiosa do Senhor Jesus.

Houve um tempo a Casa de Deus não parecia com um sindicato, por ser exatamente uma assembléia dos santos.

Houve um tempo em que não havia nas igrejas círculo de oração, porque todos os crentes oravam, e não apenas uma meia-dúzia de irmãs abnegadas e de total renuncia.

Houve um tempo em que os jovens crentes não se enamoravam de senhoritas ímpias e assim o vírus do jugo desigual não se inoculava nos arraiais dos santos.

Houve um tempo em que não se cantava nem se pregava por dinheiro e assim a inspiração fluía sem tropeços!

O púlpito não era balcão de barganhas e nem de aplausos para homens, porque o louvor se destinava exclusivamente a Deus.

Houve um tempo em que os cultos não eram shows!
Os ministros não eram artistas e os santos de Deus não eram galera.
Houve um tempo em que os compositores de hinos não eram sacoleiros!

Os cantores não tinham empresários e os pregadores não eram galãs.

Houve um tempo em que os crentes não deixavam de ir aos cultos por causa das novelas, as crianças não deixavam de ler a bíblia por causa dos videogames e os adolescentes não deixavam de jejuar por causa das lan-houses.

Houve um tempo em que jovens crentes se respeitavam mutuamente e deixavam as práticas de intimidade sexual para depois da cerimônia de matrimônio no altar sagrado.

Houve um tempo em que as moças crentes casavam virgens, os rapazes crentes eram abstinentes e os motéis não eram jamais por eles visitados.

Houve um tempo em que falar mal dos pastores era abominação e ser infiel a Deus era apostasia.

Houve um tempo em que se pregava a misericórdia, o perdão, o arrependimento e o juízo de Deus.

Houve um tempo em que a letra sacra dos hinos inspirados não era abafada pelo barulho ensurdecedor das baterias.

Houve um tempo em que os Congressos eram selados com batismo com o Espírito Santo e não com jogo de luzes, bem ao estilo Holywood.

Houve um tempo em que não se pagava para ir a um evento evangélico, porque os pregadores e cantores não eram artistas.

Houve um tempo em que "os mais belos hinos e poesias foram feitos em tribulação" 

E os que os apresentavam ao público jamais sonharam com paradas de sucesso.

Houve um tempo em que ser pastor dependia basicamente de um chamado!

Uma vocação, um compromisso e um testemunho público perante a Noiva do Senhor Jesus.

Houve um tempo em que os itinerantes, especialmente aqueles que nunca pastorearam!

Respeitavam os pastores e se maravilhavam com o seu difícil e árduo labor.

Houve um tempo em que ganhar almas era um dever de cada membro da Igreja e excluir um membro da Igreja era uma tarefa dolorosa, sempre recebida com muita tristeza e temor.

Houve um tempo em que os pastores de Jerusalém não excluíam os membros dessa igreja porque visitaram a de Antioquia.

Houve um tempo em que mentir era pecado em qualquer lugar. 
Na Casa de Deus, então, era totalmente inaceitável.

Houve um tempo em que os líderes se respeitavam e se amavam; não se devoravam mutuamente.

Houve um tempo em que os peixes eram buscados lá fora, em alto mar, e não no aquário do vizinho mais próximo.

Houve um tempo em que as igrejas cresciam, devido aos batismos em águas e não às muitas cartas-de-mudança emitidas em seu favor.

Houve um tempo em que as congregações não eram agências de empregos, isto é, não se oferecia vantagens para quem a elas aderisse.

Houve um tempo em que não se trocava um cartão de membro em uma igreja por uma vaga no diaconato noutra.

Houve um tempo em que rebelião não era algo chic. 

Era uma ofensa profunda à santidade de Deus e quem a praticava era dito pertencer a Satanás, o pai de todas as rebeliões.

Houve um tempo que as senhoras idosas não ensinavam as mais jovens a desobedecerem seus maridos e assim as famílias eram mais estáveis.

Houve um tempo em que, no ato do convite para a salvação, não se chamava os pecadores de irmãos, e, sim, de amigos.

Houve um tempo em que ser humilde não estava fora de moda e ser simples não merecia agressões.

Houve um tempo em que ser fariseu soava estranho na Casa de Deus e jamais se veria ao menos um deles ser condecorado.

Houve um TEMPO em que jamais se sonhava que haveria UM OUTRO, tão diferente dele, que nem se poderia imaginar.

Nota: Não escrevi esta matéria mergulhado num oceano de saudosismo inconsequente

Fi-la, na firme esperança e na severa confiança de que aqueles tempos voltarão, antes Cristo regresse.

 Que pensa o meu leitor a respeito disto?

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado