quinta-feira, 2 de junho de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

1273 Tomás de Aquino completa sua Suma teológica

O homem, cujo sistema teológico se tornaria o guia de sua igreja, era chamado de “boi mudo” por seus colegas em Colônia. 

Embora o apelido pudesse se adequar tanto ao seu porte corpulento e lerdo quanto à sua conduta bastante séria, de modo algum refletia a agilidade mental por trás da aparência.


Tomás de Aquino foi o maior teólogo da Idade Média. 

Nasceu em 1225, numa família de nobres abastados. 

Aos cinco anos, já era conhecido por sua piedade, e seus pais o enviaram para a escola de uma abadia. 

Aos catorze anos, foi para a Universidade de Nápoles, onde Tomás ficou tão impressionado com seu professor dominicano que decidiu tornar-se também monge dessa ordem.

A família de Tomás se esforçou bastante na tentativa de mudar sua decisão, chegando até mesmo ao extremo de seqüestrá-lo, e, além de tentá-lo, chegaram a confiná-lo por um ano; por fim, desistiram. Tomás foi para Paris a fim de estudar com Aberto Magno.

Naquela época, os filósofos não-cristãos atiçavam a mente dos pensadores cristãos. 

As obras de Aristóteles, do muçulmano Averróis e do judeu Maimônides foram traduzidas para o latim. 

Os estudiosos ficaram fascinados por esses filósofos que explicavam todo o universo sem qualquer referência às Escrituras do Novo Testamento.

Dando continuidade à tradição do escolasticismo, Tomás tentou reconciliar as correntes da teologia e da filosofia, aparentemente diferentes. 

Fazia distinção entre as duas, às quais se referia como razão e revelação, apesar de enfatizar que elas não se contradiziam, necessariamente. Ambas eram fontes de conhecimento, dizia ele, vindas de Deus, mas “na teologia sacra, todas as coisas são tratadas da perspectiva de Deus”.

Tomás entendia as limitações da razão. 

Ela é baseada somente no conhecimento sensorial e, conforme dizia, embora possa nos levar a acreditar em Deus, somente a revelação pode apresentar o Deus trino da Bíblia. 

Somente a revelação pode mostrar plenamente as origens e o destino do homem. 

Ao usar a revelação e as deduções lógicas baseadas nela, o homem pode construir uma teologia que explica a si mesmo e ao universo.

Os complexos argumentos da Suma teológica mostram a habilidade de Tomás de Aquino com relação ao desenvolvimento de um raciocínio bastante intrincado. 

Em um primeiro momento, houve bastante oposição às suas idéias. Muitas pessoas não aprovavam a ênfase que os escolásticos davam à razão. 

Não demorou muito, porém, para que essa e outras obras, como a Suma contra os gentíos — que já causara discussão anteriormente —, se tornassem parte de grande destaque da doutrina da igreja. 

No Concilio de Trento, o catolicismo usou as obras de Aquino quando dispôs suas forças contra o surgimento do protestantismo.

Embora ele tenha se tornado um dos teólogos, um dos mestres e um dos pregadores da igreja mais proeminente, Aquino continuava sendo um homem humilde. 

Três meses antes de sua morte, em 1274, anunciou que uma visão celestial lhe mostrara claramente que sua visão teológica “era simplesmente um monte de palha”. 

Ele desistiu de produzir obras teológicas, e a Suma teológica nunca foi concluída.

terça-feira, 31 de maio de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

1273 Dante conclui A divina comédia

Em um dos melhores épicos já escritos, um homem empreende uma jornada rumo ao inferno, ao purgatório e ao céu — uma peregrinação que vai do pecado à salvação. 


A história dessa jornada exerceu influência imensurável sobre seu idioma (o italiano) e sobre os leitores dos séculos que se seguiram.

A obra A divina comédia, de Dante Alighieri, é um longo poema alegórico dividido em três partes: o “Inferno” acompanha Dante em sua jornada através de nove círculos concéntricos no abismo do inferno, na qual ele é guiado pelo poeta romano Virgílio; o “Purgatório” descreve a jornada deles por uma montanha de nove camadas na qual as almas salvas trabalham com o objetivo de limpar seus pecados antes de poderem entrar no paraíso. 

A parte final, o “Paraíso”, trata sacra, todas as coisas são tratadas da perspectiva de Deus”.

Tomás entendia as limitações da razão. Ela é baseada somente no conhecimento sensorial e, conforme dizia, embora possa nos levar a acreditar em Deus, somente a revelação pode apresentar o Deus trino da Bíblia. 

Somente a revelação pode mostrar plenamente as origens e o destino do homem. 

Ao usar a revelação e as deduções lógicas baseadas nela, o homem pode construir uma teologia que explica a si mesmo e ao universo.

Os complexos argumentos da Suma teológica mostram a habilidade de Tomás de Aquino com relação ao desenvolvimento de um raciocínio bastante intrincado. 

Em um primeiro momento, houve bastante oposição às suas idéias. Muitas pessoas não aprovavam a ênfase que os escolásticos davam à razão. Não demorou muito, porém, para que essa e outras obras, como a Suma contra os gentíos — que já causara discussão anteriormente —, se tornassem parte de grande destaque da doutrina da igreja. 

No Concilio de Trento, o catolicismo usou as obras de Aquino quando dispôs suas forças contra o surgimento do protestantismo.

Embora ele tenha se tornado um dos teólogos, um dos mestres e um dos pregadores da igreja mais proeminente, Aquino continuava sendo um homem humilde. 

Três meses antes de sua morte, em 1274, anunciou que uma visão celestial lhe mostrara claramente que sua visão teológica “era simplesmente um monte de palha”. 

Ele desistiu de produzir obras teológicas, e a Suma teológica nunca foi concluída.

domingo, 29 de maio de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

1273 Tomás de Aquino completa sua Suma teológica

O homem, cujo sistema teológico se tornaria o guia de sua igreja, era chamado de “boi mudo” por seus colegas em Colônia. 

Embora o apelido pudesse se adequar tanto ao seu porte corpulento e lerdo quanto à sua conduta bastante séria, de modo algum refletia a agilidade mental por trás da aparência.


Tomás de Aquino foi o maior teólogo da Idade Média. 

Nasceu em 1225, numa família de nobres abastados. 

Aos cinco anos, já era conhecido por sua piedade, e seus pais o enviaram para a escola de uma abadia. 

Aos catorze anos, foi para a Universidade de Nápoles, onde Tomás ficou tão impressionado com seu professor dominicano que decidiu tornar-se também monge dessa ordem.

A família de Tomás se esforçou bastante na tentativa de mudar sua decisão, chegando até mesmo ao extremo de seqüestrá-lo, e, além de tentá-lo, chegaram a confiná-lo por um ano; por fim, desistiram. Tomás foi para Paris a fim de estudar com Aberto Magno.

Naquela época, os filósofos não-cristãos atiçavam a mente dos pensadores cristãos. 

As obras de Aristóteles, do muçulmano Averróis e do judeu Maimônides foram traduzidas para o latim. 

Os estudiosos ficaram fascinados por esses filósofos que explicavam todo o universo sem qualquer referência às Escrituras do Novo Testamento.

Dando continuidade à tradição do escolasticismo, Tomás tentou reconciliar as correntes da teologia e da filosofia, aparentemente diferentes. 

Fazia distinção entre as duas, às quais se referia como razão e revelação, apesar de enfatizar que elas não se contradiziam, necessariamente. Ambas eram fontes de conhecimento, dizia ele, vindas de Deus, mas “na teologia sacra, todas as coisas são tratadas da perspectiva de Deus”.

Tomás entendia as limitações da razão. 

Ela é baseada somente no conhecimento sensorial e, conforme dizia, embora possa nos levar a acreditar em Deus, somente a revelação pode apresentar o Deus trino da Bíblia. 

Somente a revelação pode mostrar plenamente as origens e o destino do homem. 

Ao usar a revelação e as deduções lógicas baseadas nela, o homem pode construir uma teologia que explica a si mesmo e ao universo.

Os complexos argumentos da Suma teológica mostram a habilidade de Tomás de Aquino com relação ao desenvolvimento de um raciocínio bastante intrincado. 

Em um primeiro momento, houve bastante oposição às suas idéias. Muitas pessoas não aprovavam a ênfase que os escolásticos davam à razão. 

Não demorou muito, porém, para que essa e outras obras, como a Suma contra os gentíos — que já causara discussão anteriormente —, se tornassem parte de grande destaque da doutrina da igreja. 

No Concilio de Trento, o catolicismo usou as obras de Aquino quando dispôs suas forças contra o surgimento do protestantismo.

Embora ele tenha se tornado um dos teólogos, um dos mestres e um dos pregadores da igreja mais proeminente, Aquino continuava sendo um homem humilde. 

Três meses antes de sua morte, em 1274, anunciou que uma visão celestial lhe mostrara claramente que sua visão teológica “era simplesmente um monte de palha”. 

Ele desistiu de produzir obras teológicas, e a Suma teológica nunca foi concluída

sábado, 28 de maio de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

1215 O IV Concilio de Latrão

O papa Inocêncio IV, que governou de 1198 a 1216, criou o mais poderoso papado da historia medieval. 

Esse homem influente e talentoso buscou trazer ordem e disciplina à igreja. 

Reformou e centralizou a administração eclesiástica, além de ter se envolvido nos casos políticos de sua época.


Inocêncio queria que o papado controlasse tanto as questões da igreja quanto os assuntos do Estado. 


Ao passo que os papas anteriores haviam atribuído a si mesmos a designação “Vigário de Pedro”, Inocêncio reivindicou o direito de ser chamado “Vigário de Cristo”. 

Ao afirmar que era o representante de Cristo na terra, declarou que o papa era um “mediador entre Deus e os homens, abaixo de Deus, mas acima dos homens”. 

Com grande vigor, assumiu as tarefas de seu ofício, quer excomungando príncipes rebeldes, quer expulsando hereges.

Em 1215, no IV Concilio de Latrão, a igreja adotou muitas das ideias de Inocêncio. Em sessões que chegaram a durar até três dias, foram estabelecidos centenas de decretos.

Como Inocêncio estava preocupado com o fato de que todo cristão batizado deveria mostrar alguma aparência de cristianismo, o concilio estabeleceu que, anualmente, toda pessoa deveria fazer uma confissão a um sacerdote e tomar parte na comunhão.

Nesse Concilio, a doutrina da transubstanciação tornou-se oficialmente parte da igreja. 

De maneira não oficial, a idéia de que o pão e o vinho da comunhão eram realmente o corpo e o sangue de Cristo já circulava havia vários anos. 

A igreja via a participação na comunhão como parte importantíssima da salvação. 

O fato de a comunhão ser negada a alguém, como no caso da excomunhão, representava um grande perigo para a alma. 

Ao ter acesso ao sangue e corpo de Cristo, o sacerdote desempenhava um papel vital na autoridade da igreja. 

A excomunhão exercia grande poder, porque negava às pessoas o acesso ao próprio Cristo.

Cônscio da ignorância de muitos sacerdotes, Inocêncio encorajou o Concilio a decretar que toda catedral deveria ter um professor de Teologia. 

Desse modo, alguém daria aos sacerdotes a instrução necessária.

Em anuência à visão de Inocêncio, referente à autoridade do papa, ou seja, sua crença de que somente havia uma igreja verdadeira e, portanto, apenas um repositório de verdade espiritual, estabeleceu um papado mais poderoso. 

Discordar da igreja não era mais uma questão de opinião; o here-ge colocava em risco tanto sua alma quanto a de outros. 
O Concilio deu ao Estado o direito de punir os here-ges e confiscar suas propriedades. 

As autoridades que não removessem o herege enfrentariam a excomunhão, e os que cooperassem com a igreja receberiam perdão completo.

Uma vez mais, a igreja enfrentou a questão da indicação secular das autoridades da igreja. 

Ela negava o direito aos governadores seculares de apontarem bispos em seus reinos. Somente o papa poderia colocar ou remover bispos, de acordo com o Concilio. 

Inocêncio já se recusara a aceitar o arcebispo de Cantuária, indicado pelo rei inglês John. 

Para forçar John a obedecer, o papa o excomungou. 

Diante da possibilidade de perder seu trono, o rei teimoso terminou por se submeter.

O Concilio também declarou que os judeus deveriam usar uma identificação especial. 

Os cristãos ficaram proibidos de fazer qualquer tipo de negócio com eles. 

Com o tempo, isso levaria à criação dos guetos.

Por meio desse e de outros decretos, Inocêncio criou uma instituição que teria influência dominante em toda a Europa até a época da Reforma.