quarta-feira, 15 de junho de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

1534 O Ato de Supremacia de Henrique VIII

Ao contrário da reforma alemã, a reforma inglesa não se originou da busca espiritual de um homem que queria conhecer a Deus mais profundamente. 



Surgiu de uma combinação de desejo pessoal, conveniência política e clima espiritual de uma nação.

A disposição da Inglaterra era de se afastar da Igreja Católica. John Colet, pároco da Igreja de São Paulo, insistia na reforma do clero e no retorno ao estudo da Bíblia. 

Um grupo de estudiosos de Cambridge, que seguia os ensinamentos de Lutero, ficou conhecido por “Pequena Alemanha”. 

O clero, surpreso, não foi capaz de deter a expansão da Reforma.

Contudo, o rei da Inglaterra, Henrique VIII, tinha pouco interesse em mudanças no campo espiritual. 

Em 1521, atacou a idéia de Lutero com relação aos sacramentos e recebeu do papa o título de “Defensor da Fé”. 

Seu interesse em questões espirituais era mínimo.

Depois da morte de seu irmão, Henrique se casou com sua cunhada, Catarina de Aragão. 

Eles não tiveram filhos, o que impedia que Henrique de ter um sucessor ao trono. 

Atraído por Ana Bolena, o rei procurou se livrar da esposa estéril, para conseguir outra que pudesse lhe dar herdeiros. 

Com a justificativa de que não poderia ter se casado com a viúva de seu irmão mais velho, citando Levítico 20.21 como fundamento bíblico para sua posição, pediu ao papa que lhe concedesse o divórcio.

O papa temia enfurecer o imperador do Sacro Império Romano, Carlos V, sobrinho de Catarina, e terminou por impedir que o rei inglês alcançasse seu intento.

Henrique, impaciente, decidiu nomear Tomás Cranmer para a posição de arcebispo de Cantuária, e o novo arcebispo concedeu o divórcio ao rei. 

Henrique, rapidamente, casou-se com Ana, e, no mesmo ano — 1533 — ela deu à luz uma criança, Elisabete.

Em 1534, o Parlamento inglês promulgou o Ato de Supremacia, declarando que o rei era “o chefe supremo da Igreja da Inglaterra”. Isso não significava que o rei pretendia implementar mudanças teológicas radicais na igreja. 

Ele simplesmente queria uma igreja estatal sobre a qual o papa não tivesse autoridade. 

A lei que trouxe uniformidade à nova igreja, o Estatuto dos seis artigos, mantinha o celibato do clero, a confissão de pecados aos sacerdotes e as missas particulares.

Contudo, é preciso destacar que Henrique acabou com os mosteiros, que se tornaram símbolo do hedonismo e da imoralidade. 

O rei não levou em conta a preocupação de muitos cristãos dedicados com relação a esse assunto. Em vez disso, tomou as terras da igreja. 

Depois de fechar os mosteiros, confiscou as propriedades e colocou o dinheiro no tesouro real. 

As terras foram passadas aos nobres em troca de lealdade ao rei.

Com o intuito de promover o nacionalismo inglês, Henrique ordenou que a Bíblia em inglês fosse colocada em todas as igrejas.

Embora Henrique não tenha feito isso por razões de escrúpulo, ele criou uma igreja que não era mais a Igreja Católica Romana. 

Nos anos que se seguiram, a filha mais velha de Henrique, Maria, tentaria levar a Inglaterra de volta ao catolicismo, mas isso não durou muito tempo. 

Uma vez separada do papa, a Igreja da Inglaterra não mais se juntou a ele. As sucessivas ondas de Reforma na Inglaterra foram rápidas e tumultuadas. 

Como veremos nos capítulos a seguir, essas ondas promoveram uma riqueza e uma diversidade de expressão cristã, que, certamente, teriam deixado Henrique perplexo.

terça-feira, 14 de junho de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

1525 Início do movimento anabatista

Os movimentos reformados luterano e suíço tiveram conexões com o sistema político em seu início. 

Lutero era o protegido de Frederico, o Sábio, e de vários príncipes alemães, que buscavam a liberdade política e, em consequência, começaram a apoiar sua causa. 



A cidade de Zurique, diante da oposição católica, colocou-se ao lado de Zuínglio.

Para um grupo de cristãos que estavam sob a orientação de Zuínglio, substituir Roma por Zurique não era aceitável. 

Eles queriam que a igreja realizasse rapidamente as reformas que fariam com que a igreja voltasse ao ideal do século I. 

Em vez de se concentrar na hierarquia da igreja ou em sistemas políticos, esse grupo mais radical buscava uma igreja autônoma, dirigida pelo Espírito Santo.

A questão que causava a maior discussão era a do batismo infantil. 

O grupo dissidente afirmava que a Bíblia apresentava apenas o batismo de adultos e queria que isso se tornasse prática geral. 

Em 21 de janeiro de 1525, o conselho de Zurique ordenou aos líderes que encerrassem a altercação. 

Os radicais, contudo, viam essa atitude apenas como outro caso em que o poder político tentava controlar sua vida espiritual. 

Em uma noite em que nevava muito, em uma vila próxima, eles se encontraram e batizaram uns aos outros. 
Receberiam, mais tarde, a alcunha de anabatistas (“rebatizadores”), que lhes foi dado por seus detratores.

Os anabatistas queriam fazer mais do que reformar a igreja: pretendiam levá-la de volta ao modelo inicial, retratado nas Escrituras. 

Em vez de uma instituição poderosa, queriam uma irmandade, uma família de fé, criada por Deus, que trabalhava no coração das pessoas.

Os anabatistas propuseram a separação entre a igreja e o Estado, pois viam a igreja como algo distinto da sociedade — até mesmo da sociedade denominada “cristã”. 

Eles não queriam, sob hipótese alguma, a presença de poderes políticos que coagissem a consciência do crente em qualquer aspecto de sua vida.

Eles também não eram favoráveis à burocracia eclesiástica. 

Como foram as primeiras pessoas a praticar a democracia na congregação, acreditavam que Deus não apenas falava por intermédio dos bispos e dos concilios, mas também por meio de cada uma das congregações.

Em uma época em que os turcos muçulmanos estavam às portas da Europa, os anabatistas pregavam uma doutrina nada popular, o pacifismo. 

Por mais estranho que possa parecer, esse conceito não evitou que alguns seguidores se desviassem de seu destino. 

O nome anabatista se tornou sinônimo de “ruptura”. 

Os novos pregadores protestantes eram interrompidos pelos anabatistas durante a pregação, e alguns dos radicais provocavam tumultos. 

Além disso, algumas ocorrências da prática de poligamia, assim como a procla-mação de revelações bizarras como proclamações de Deus, fizeram com que tanto católicos quanto protestantes acreditassem que precisavam livrar o mundo desse grupo desatinado. 

Assim, iniciou-se uma grande perseguição e muitos anabatistas foram mortos — queimados em fogueiras ou afogados.

Ainda assim o movimento se espalhou, especialmente entre as classes mais baixas. 

A evangelização trouxe novos crentes, e alguns protestantes foram atraídos pela ênfase anabatista nas questões da pureza e da pregação bíblica.

Nenhum homem conseguiu reunir essa coleção tão diversa de igrejas, mas é possível que o nome mais conhecido entre os líderes anabatistas seja o de Menno Simons (1496-1559), que deu origem à designação “menonita”.

Os anabatistas deram ao mundo a idéia de que a separação entre igreja e Estado é necessária. 

Entre seus descendentes, os menonitas e as Igrejas dos Irmãos, o pacifismo ainda permanece como doutrina importante.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

1523 Zuínglio lidera a Reforma na Suíça

Ao mesmo tempo em que a Reforma seguia adiante na Alemanha, ela também se iniciava na Suíça, sob o comando de Ulrico Zuínglio. 



De modo diferente de Lutero, esse sacerdote nunca foi monge e tampouco experimentou uma conversão intrincada. Sua conversão foi um processo intelectual lento, no qual ele passou a entender as Escrituras e a perceber como a Igreja Católica estava distante delas.

Durante os dez anos de serviço como pároco em Glarus, na Suíça, Zuínglio atuou, em duas ocasiões, como capelão de alguns jovens mercenários suíços. 

O que viu fez com que fosse contra a prática dos rapazes, que vendiam seus serviços de guerreiros, e, portanto, posicionou-se publicamente contra essa prática. 

Para Zuínglio, esse pequeno incidente foi apenas o começo de uma carreira que abrangeria tanto a reforma política quanto religiosa.

Serviu como sacerdote em Einsiedeln de 1516 a 1518. Por ter sido muito influenciado por Erasmo, Zuínglio aprofundou-se no estudo do Novo Testamento grego daquele grande erudito. 

Sua pregação começou a ter cunho mais evangélico.

No primeiro dia do ano de 1519, Zuínglio se tornou pastor da principal igreja de Zurique. 

Ao chegar, anunciou que, em vez de seguir os textos prescritos no lecionário, pregaria sobre o evangelho de Mateus. Isso foi praticamente um ato de desafio à igreja, embora, naquele momento, ele não tivesse intenção alguma de se separar de Roma.

No mesmo ano, a peste chegou a Zurique, e quase um terço da população da cidade foi vitimada. 

Zuínglio fez de tudo para ministrar ao povo, até que ele mesmo contraiu a doença. 

Os três meses que levou para se recuperar lhe ensinaram lições sobre a dependência que devemos ter de Deus, algo que mudou sua vida completamente.

Zuínglio continuou a pregar que encontrava na Bíblia, mesmo quando o ensino era diferente dos rituais e das doutrinas da igreja. 

Essa situação chegou a seu ápice em 1522, quando alguns de seus paroquianos desafiaram as regras da igreja sobre comer carne durante a Quaresma. 

Zuínglio os apoiou pregando um sermão sobre a liberdade.

O governo civil de Zurique aceitou a paz, mas, ao fazê-lo, terminou por tomar a igreja nas próprias mãos. 

Logo no começo do ano seguinte, eles promoveram um debate público sobre assuntos de fé e de doutrina, em que a idéia de Zuínglio prevaleceu. 

Em 29 de janeiro de 1523, o conselho da cidade decretou: “Que o sr. 

Ulrico Zuínglio continue e prossiga, como antes, com a proclamação do santo evangelho e da pura e santa Escritura de acordo com sua capacidade”.

No decorrer de dois anos, os debates continuaram e as reformas se expandiram: sacerdotes e freiras poderiam se casar, imagens foram removidas das igrejas e, para firmar a ruptura final com a Igreja Católica, a missa foi substituída por um culto simples no qual a maior ênfase era dada à pregação.

Zuínglio enfrentou oposição não apenas da Igreja Católica, mas também dos anabatistas — grupo mais radical de reformistas — que queriam ver as reformas em Zurique acontecer de forma mais rápida. 

Embora muitos reformadores concordassem entre si no sentido de que desejavam a fé mais bíblica, eles, muitas vezes, diferiam quanto ao real significado dessa fé mais bíblica e de como alcançá-la.

Em 1529, Filipe, o landgrave de Hesse, reuniu Lutero e Zuínglio. 

Filipe queria que o movimento reformado fosse coeso com relação à questão militar, política e espiritual. 

Para esse fim, trouxe os dois homens a Marbur-go. 

Das quinze questões doutrinárias que discutiram, Zuínglio e Lutero concordaram em catorze. 

A eucaristia foi o ponto de discórdia: Zuínglio via esse ato como o recebimento “espiritual” do corpo de Cristo, ao passo que Lutero o via em termos mais concretos. 

O encontro que objetivava a união dos dois grupos protestantes resultou, na verdade, em uma ruptura ainda maior.

O movimento reformista de Zuínglio se espalhou principalmente na porção alemã da Suíça, chegando, finalmente, a Genebra, de língua francesa, e pavimentando o caminho para o trabalho de Calvino naquela região. 

Entretanto, Zuínglio ainda enfrentava a oposição católica nos cantões rurais, o que terminou por levá-lo a uma batalha. 

O clérigo, que pregou contra os mercenários, uniu-se às tropas de Zurique como soldado, empunhando armas, e morreu em 11 de outubro de 1531, na Batalha de Kappel. 

Seu corpo foi esquartejado e desonrado por seus inimigos.

Essa foi apenas uma parte da série de lutas religiosas que seriam travadas nos cem anos que se seguiram.

domingo, 12 de junho de 2022

Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo.

1517 Martinho Lutero afixa As noventa e cinco teses

“Tão logo a moeda no cofre ressoa, a alma sai do purgatório.” 

Essa era a curta mensagem musicada de propaganda de João Tetzel, o homem autorizado a conseguir dinheiro para construir uma nova basílica em Roma. 


Seu esquema para o levantamento de fundos — a venda de indulgências — era, simplesmente, a venda do perdão. 

“Faça com que os seus entes queridos, que já partiram, saiam do purgatório por uma pequena taxa e ganhe algum crédito adicional para os seus pecados.”

A corrupção reinava na igreja. 

Os cargos eclesiásticos eram comprados por nobres ricos e usados para alcançar mais riqueza e mais poder. 

Um desses nobres foi Alberto de Brandemburgo, que pedira dinheiro emprestado para se tornar arcebispo de Mainz e que precisava encontrar um modo de pagar seu empréstimo. 

O papa autorizou a venda de indulgencias na região de Alberto, contanto que metade do dinheiro coletado fosse usada para a construção da Basílica de São Pedro em Roma. 

O restante do valor levantado iria para Alberto. 

Todos estavam felizes, a não ser certo número de alemães devotos, dentre os quais estava Martinho Lutero.

Tetzel, monge dominicano e pregador bastante popular, tornou-se o comissário das indulgências. 

Ele viajava de cidade em cidade, proclamando seus benefícios: “Ouça a voz de seus entes queridos e amigos que já morreram, suplicando-lhes e dizendo: ‘Tenha pena de nós, tenha pena de nós. 

Estamos passando por tormentos horríveis dos quais você pode nos redimir, contribuindo com uma pequena esmola’. 

Vocês não desejam fazer isso?”.

Lutero, sacerdote e professor de Wittenberg, opunha-se totalmente à venda das indulgências. 

Quando Tetzel chegou àquela localidade, Lutero redigiu uma lista de 95 queixas e a afixou na porta da igreja, que também servia como quadro de avisos da comunidade. 


O perdão divino certamente não poderia ser comprado e vendido, dizia Lutero, uma vez que Deus o oferece gratuitamente.

As indulgências, porém, eram apenas a ponta do iceberg. 

Lutero se rebelava contra toda a corrupção da igreja e pressionava para que uma nova compreensão da autoridade do papa e das Escrituras fosse adotada. 

Tetzel saiu logo de cena (morreu em 1519), mas Lutero prosseguiu, vindo a liderar uma revolução religiosa que mudou radicalmente o mundo ocidental.

Lutero nasceu em 1483, em uma família de camponeses em Eisleben, Alemanha. 

Seu pai, um mineiro, levou-o a estudar Direito, enviando-o à Universidade de Erfurt. 

Contudo, o fato de ele ter sido poupado da morte quando um raio caiu muito próximo dele fez com que Lutero mudasse de idéia. 

Ele entrou para um mosteiro agostiniano em 1505, tornando-se sacerdote em 1507. 

Reconhecendo suas habilidades acadêmicas, seus superiores o enviaram para a Universidade de Wittenberg a fim de que obtivesse o diploma em Teologia.

A inquietação espiritual que atormentava outros grandes cristãos, ao longo de todas as eras, também influenciou Lutero. 

Ele estava profundamente consciente do próprio pecado, da santidade de Deus e de sua total incapacidade de obter o favor divino. 

Em 1510, Lutero viajou para Roma e ficou desiludido com o tipo de fé mecânica que encontrou ali. 

Fez tudo o que pôde para ser verdadeiramente piedoso. 

Subiu, até mesmo, a escada de Pilatos, em que Cristo supostamente caminhou. 

Lutero orava e beijava cada degrau à medida que prosseguia, mas, mesmo ali, suas dúvidas ainda fervilhavam.

Poucos anos depois, voltou para Wittenberg como doutor em Teologia, para ensinar disciplinas relacionadas à Bíblia. 

Em 1515, começou a lecionar sobre a epístola de Paulo aos Romanos. As palavras de Paulo consumiram a alma de Lutero.

“Minha situação era que, apesar de ser um monge impecável, eu me punha diante de Deus como um pecador perturbado por minha consciência e não tinha confiança de que meus méritos poderiam satisfazê-lo”, escreveu Lutero.

“Noite e dia eu ponderava, até que vi a conexão entre a justiça de Deus e a afirmação de que Ό justo viverá pela fé’. 

Então, entendi que a justiça de Deus é a retidão pela qual a graça e a absoluta misericórdia de Deus nos justificam pela fé. 


Em razão dessa descoberta, senti que renascera e entrara pelas portas abertas do paraíso. 

Toda a Escritura passou a ter um novo significado […] esta passagem de Paulo tornou-se, para mim, o portão para o céu”.

Assim, mais confiante em suas crenças e com algum apoio de seus colegas, Lutero sentiu-se livre para falar contra a corrupção. 

Ele já criticava a venda de indulgências e a adoração das relíquias mesmo antes de Tetzel aparecer em sua região. Tetzel simplesmente fez com que o conflito alcançasse uma posição de destaque. 

As noventa e cinco teses de Lutero eram profundamente restritas, caso consideremos a sublevação que provocaram. Afinal, eram apenas um convite ao debate.

Ele realmente conseguiu um debate, primeiramente com Tetzel e, mais tarde, com o renomado estudioso João Eck, que acusou Lutero de heresia. 

No primeiro momento, parecia que Lutero esperava que o papa concordasse com ele sobre o abuso na questão das indulgências. 
Conforme a controvérsia continuou, Lutero, porém, solidificou sua oposição ao papado. 

Em 1520, o papa emitiu uma bula (decreto) condenando as idéias do monge alemão, e Lutero a queimou. 

Em 152 1, a Dieta (concilio) de Worms ordenou que Lutero se retratasse. 

Ali, segundo a lenda, Lutero afirmou: “Não posso fazer outra coisa. Aqui estou. Deus me ajude. Amém”.

Depois disso, Lutero foi excomungado, e seus escritos foram banidos. 

Para sua proteção, foi levado à força por seu patrono Frederico, o Sábio, e ficou escondido no castelo de Wartburg. 

Ali, ele trabalhou em outros escritos teológicos e na tradução do Novo Testamento para o alemão popular.

Contudo, a batalha apenas começava. 

Quando ousou fazer oposição ao papa, Lutero despertou os sentimentos de independência tanto nos nobres alemães quanto no povo em geral. 

A Alemanha se tornou uma colcha de retalhos, à medida que alguns nobres apoiaram Lutero e outros permaneceram leais a Roma. 


A Reforma já estava em preparação também na Suíça, liderada por Ulrico Zuínglio. 

A igreja e o Sacro Império Romano voltaram sua atenção para as batalhas políticas que se estenderam por toda a década de 1520. 
Quando decidiram agir de forma enérgica contra os reformadores, já era tarde demais.

Uma reunião realizada na cidade de Augsburgo, em 1530, chegou perto de fazer com que a causa luterana voltasse a ficar sob a tutela romana. 

Filipe Melâncton, amigo de Lutero, preparou uma afirmação conciliatória das idéias de Lutero, apresentando seu ponto de vista como um posicionamento fiel ao catolicismo histórico. 

Porém, o concilio católico exigiu concessões que Lutero não faria, e a ruptura se tornou definitiva.

Em retrospecto, parece que os acontecimentos da Reforma devem muito à personalidade única de Lutero. 

Se não fosse sua dúvida profunda, talvez jamais tivesse garimpado as verdades das Escrituras como fez. 

Sem seu zelo pela justiça, talvez nunca afixasse seu protesto na porta da catedral. 

Sem sua impetuosidade, talvez jamais atraísse um número significativo de seguidores. 

Ele viveu em um tempo propício às mudanças e era o homem indicado para fazer com que acontecessem.