quarta-feira, 27 de julho de 2022

OS GRANDES PERÍODOS DA HISTÓRIA DA IGREJA: A IGREJA MEDIEVAL.(PARTE-IV)

OS GRANDES PERÍODOS DA HISTÓRIA DA IGREJA: A IGREJA MEDIEVAL.(PARTE-IV)



TEXTO BASE ATOS 2:40-44

E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas,

E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.

E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.Atos 2:40-44


1° DE ROMA EM 476 AD ATÉ A QUEDA DE CONSTANTINOPLA, 1453 AD.

I° PROGRESSO PAPAL

O termo "papa", significa simplesmente "papai", sendo, portanto, um termo de carinho e respeito, este termo era usado para qualquer bispo, sem importar se ele era de Roma. Como Roma era, pelo menos de nome, a capital do Império, a igreja e o bispo desta cidade logo se viram em posição de destaque.

Quando os bárbaros invadiram o Império, a igreja de Roma começou a seguir um rumo bem diferente Constantinopla. No Ocidente, o Império desapareceu, e a igreja veio a ser a guardiã do que restava da velha civilização.
Por isto, o papa, chegou a Ter grande prestígio e autoridade.

Porém, enquanto que no Oriente duvidava-se de sua autoridade, em Roma e vizinhanças esta autoridade se estendia até além dos assuntos religiosos. Tudo isto nos mostra que em uma época em que a Europa estava em caos, o papado preencheu o vazio, proporcionando certa estabilidade.

O período de crescimento do poder papal começou com o pontificado de Gregório I, o Grande, e teve o apogeu no tempo de Gregório VII, mais conhecido por Hildebrando.

Hildebrando reformou o clero que se havia corrompido, elevou as normas de moralidade de todo o clero, exigiu celibato dos sacerdotes, libertou a igreja da influência do estado, podo fim à nomeação de papas pelos reis e imperadores. Hildebrando impôs a supremacia da igreja sobre o Estado.


II° ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DO PAPADO

A autoridade monárquica do papa, é fruto de um longo processo.

De um bispo igual aos outros, o de Roma passa a ser o primeiro entre os demais e finalmente cabeça incontestável da Igreja. Vários papas de grande envergadura, dos quais devemos citar: Inocêncio (402-417); Celestino (422-432); Leão I (440-461); e Gregório I (590-604).

1° Até Constantino Os antigos autores católicos tenham insistido que a Igreja de Roma foi fundada por Pedro e que tenha tido uma linha de papas, vigários de Cristo, desde então.

Oscar Cullmann, teólogo protestante, examina detalhadamente a questão de Pedro ter estado em Roma.
Conclui que estava lá e lá foi martirizado. Nega entretanto que tenha fundado a Igreja ou passado seus direitos aos bispos subseqüentes.

A lista dos primeiros bispos consta destes nomes:

Lino, Cleto ou Anacleto, Clemente (91-100), Evaristo, Alexandre (109-119), Sixto I (119-127), Telesforo (127-138), Higino (139-142), Pio I (142-157), Aniceto (157-168), Soter (168-177), Eleutero (177-193).

Estas datas são aproximadas e temos poucas informações do seu pontificado.
Vitor (193--202). Parece ser o primeiro a procurar estabelecer a autoridade papal além das fronteiras de sua igreja.


Cipriano.

Bispo em Cartago durante o pontificado de Cornêlio e Estevão, contribuiu bastante para fortalecer a autoridade do bispo de Roma. 

Defendeu as reivindicações petrinas (Mt:16:18) sem entretanto colocar o papa sobre os demais bispos.

Estevão (253-257). Procurou forçar as demais igrejas a seguir o costume romano quanto ao cálculo da data da páscoa.

Um outro elemento que contribuiu para fortalecer a posição de Roma neste período foi a crescente prática das igrejas rurais ou de pequenas cidades serem relacionadas a alguma igreja em cidade grande ou incorporadas num sistema diocesano.

Esta prática começou no II século como resultado do sistema missionário das igrejas mães.

2. De Constantino a Gregório Magno

A oficialização da Igreja trouxe em seu bojo rápido desenvolvimento hierárquico. Constantino se considerava bispo e até bispo dos bispos em coisas formais e até doutrinárias. Sem sua permissão não se pode reunir um sínodo.

Roma surge como árbitro entre as igrejas. No conflito entre os arianos e Atanásio, este contribuiu para fortalecer Júlio por ter recorrido ao bispo de Roma, pedindo que convocasse um concílio.

Esta e outras questões entre as igrejas do leste e da África foram exploradas pelos papas para fortalecer suas próprias posições. Assim questões religiosas seriam resolvidas pelo "sumo-pontífice" de religião e não pelos magistrados civis.

Siricius (354-398). Conseguiu que um concílio realizado em Roma decretasse que nenhum bispo deve ser consagrado sem o conhecimento e consentimento do bispo de Roma. Mesmo que seja um decreto falso, é muito antigo e exerceu grande influência.

Inocêncio I (402-417). Demonstrou grande ousadia em explorar as reivindicações de Roma, exigindo submissão universal a sua autoridade. Insistia que era a obrigação de todas as igrejas ocidentais se conformarem aos costumes de Roma.

Celestino (422-432). Durante o exercício do seu papado foi resolvido a mui agitada questão do direito de apelar a Roma decisões nas províncias. Celestino manipulou as questões de uma maneira que sempre saía ganhando o prestígio de Roma, até o ponto de dispensar os cânones de um concílio geral.

Leão I (440)-461). Homem humilde, insistia que era sucessor de Pedro e que não se pode infringir a autoridade deste. Conseguiu do jovem e fraco imperador Valentino III um edito em que este reconhece a primazia da sé de Pedro e insiste que ninguém pode agir sem a permissão desta sé.

Gregório I (589-604). Possivelmente o maior papa deste período. filho de um senador, adotou o costume monástico. Pretendia ser missionário aos ingleses quando foi consagrado papa aos 49 anos de idade. Reclamou que Máximo foi eleito patriarca de Constantinopla no lugar de seu candidato e suspendeu todos os bispos que o consagraram sob pena de anátema de Deus e do apóstolo Pedro.

Repreendeu o patriarca de Constantinopla por ter assumido o título de bispo ecumênico.

* A coroação de Carlos Magno

Abriu a história política e eclesiástica da Europa um novo período, no qual os dois poderes o civil e o papal aparecem intimamente ligados, em busca de ideal comum de poderio e domínio.

Leão III (795-816). O período começa com Leão III assentado na cadeira pontificial. Foi ele quem colocou Carlos Magno como imperador no ano 800.

Estevão IV (816-817). Este papa coroou o Rei Luiz o Pio, em Roma ato que elevou ainda mais a posiçao do papa.

Gregório IV (827-844). Foi nos dias desse papa que apareceram falsos documentos a favor da prerrogativa papal. Gregório defendeu Roma contra os sarracenos.

Nicolau I (858-867). Ascendeu a cadeira papal num momento de agitação e desordens, aproveitando-se dos documentos falsos a favor da absoluta soberania e irresponsabilidade do papado, procurou firmar os direitos de supremacia do papa e de sua jurisdição suprema.

Adrião II (867-872). Trabalhou principalmente à sombra a influencia atingida pelo seu antecessor.

João VIII (872-882). O maior problema durante o papado de João VIII foi a ameaça sarracena, forçando-o a pedir ao novo imperador Carlos a sua proteção, mas Carlos e o papa aceitou o tratado humilhante com os sarracenos.
O período de 882 a 903 caracteriza-se pela torpe degradação do poder papal.

O poder papal enfraqueceu-se notadamente. As eleições pontifícias feitas nesse período são memoráveis pela torpeza que as acompanhou. O papa Formoso subiu ao poder em 891 e, dois anos depois de sanguinolento pontificado, morreu, provavelmente envenenado.

Estevão VI, foi aprisionado e morto. E depois foi eleito o Papa Marino, cujo pontificado durou apenas meses. João X, feito papa, procurou abrogar os atos de Estevão, e de fato abrogou muitos deles. Leão V, depois de um breve pontificado, foi morto por seu próprio capelão seu sucessor, Mas ao assassino coube o mesmo fim trágico, decorrido apenas oito meses.

No período de 903 a 963 Com Sergio III, começa a influência perniciosa de uma aventureira de alta linhagem sobre o governo papal. De 936 a 956 o papado esteve sob inf1uência de Alberico que nomeou quatro papas. 

Um filho do mesmo, sob o nome de João XIII, assumiu o ofício papal sendo o seu pontificado havido como um dos mais imorais e licenciosos. 

Este papa morreu assassinado,Otão, O Grande, fez sentir a sua interferência no papado em 983, com a convocação de um sínodo para depor o imoral João XIII e substituí-lo por Leão VIII. Durante este período, até 1073, foram nomeados vário papas e os imperadores ficaram no direito de nomear e controlá-los para evitar a dissolução completa do clero.

Hildebrando (1073). Foi inquestionavelmente o maior estadista eclesiástico da Idade Media. Seu objetivo foi tornar um fato o domínio universal e absoluto do papado, e sua política subordinou-se completamente a este propósito. Este papa tomou o nome de Gregório VII.


*Concílio de roma em 1059

1- A nomeação do papa pelos bispos cardeais sancionadas pelo clero cardeal e depois aprovada pelo clero inferior e os leigos.

2- Nenhum oficial da igreja, sob pretexto algum, pode aceitar benefício algum de qualquer leigo ou ser chamado a contar ou dar conta a jurisdição.

3- Nenhum cristão pode, assistir a missa rezada por padre de quem se sabia ter concubina, apesar da renhida oposição, Hildebrando executou a risco esses decretos. No entanto a vitória de Hildebrando, nunca foi completa e permanente.

Inocêncio III (1198-1216), aproveitou as prerrogativas papais firmando umas e alargando outras. Foi durante seu papado que o poder papal, que evoluía gradativamente através dos séculos chegou ao auge. Ele foi o maior papa do século.

* Declínio do poder papal

Do século treze em diante começa o suave declínio do poder papal para o que concorreram fatos e circunstâncias históricas diferentes.

1- Com o século XIII desapareceu completamente o gosto pelas cruzadas.

2- A corrupção constante na corte de Roma, o favoritismo e o mercantilismo que presidiam as decisões do Papa e da Curia, igualmente estimulava a dissidência.

3- Á imoralidade dominava o clero.

4- A cadeira papal era objeto de ambição mais desenfreada.

5- A influência adquirida pelos franceses na Itália e Sicília após queda dos imperadores germânicos foi sobremodo prejudicial ao papado.

Bonifácio VII (1294-l303), subiu a cadeira pontifica no meio destas condições tão favoráveis ao papado, mas sem se adaptar a elas conservou aquele espírito de arrogância e mandonismo, muito característico de seus antecessores.

Em 1305, foi eleito um francês, Clemente V, como papa. Este não foi a Roma, mas estabeleceu sua corte Papal em Avignon e tornou se subserviente de Felipe rei da França. Aqui, ele e seus sucessores todos franceses serviram durante setenta anos. Tão notório se tornaram as condições que os historiadores católicos estigmatizaram o período de cativeiro babilônico do papado.

Em virtude da presença da corte papal de Roma em Avignon, na França, a Europa conseguiu muitas inimizades.
O catolicismo dividiu-se, ficando uma parte com a França e outra com a Itália. 

Aparecem então dois papas um lançando maldições sobre o outro e cada qual julgando-se legitimo chefe da cristandade.

Em 1408, houve uma conferência em Livorno, entre representantes dos dois papas e um ano depo
is reunia-se um concílio geral em Pisa. 

Discutida largamente a questão, ambos os papas foram declarados heréticos e excomungados. 

O concílio elegeu então a Papa, o cardeal de Milão que tomou o nome de Alexandre V.

A questão não ficou resolvida, pois, três papas levantarar-se disputando a cadeira pontificia, cada um formando em torno de si um considerado número de admiradores.

O pontificado de Nicolau V (l448-1455) foi notável, tendo sido construído nesse tempo o Vaticano e a Basílica de São Pedro, considerados como duas magníficas obras de arte. Talvez nesta época tenha-se resolvido o problema dos três papas.

Inocêncio VIII (l484-l492). para melhorar a fortuna de seus filhos ilegítimos, pelejou contra Nápoles e recebia tributo anual de Sultão, por manter seu irmão e rival na prisão em vez de envia-lo como cabeça de um exercito contra os inimigos da cristandade.

Isto se deu numa época de ignorância, senão no período do renascimento literário e quando a Europa tinha entrado numa era de invenções e descobrimentos destinados a transformar a civilização. 

O estado de desmoralização em que a Igreja Romana se achava na véspera da reforma era um fato geralmente reconhecido.


* As Cruzadas

Um grande movimento da Idade Média, sob a inspiração e mandado da igreja, foram as Cruzadas, que se iniciaram no fim do século onze.

A primeira cruzada foi anunciada pelo papa Urbano II, era composta de 275000 dos melhores guerreiros, para combater os Sarracenos que tinham invadido Jerusalém. Após grande batalha Jerusalém foi reconquistada. 

A-A Segunda Cruzada foi convocada em virtude das invasões dos Sarracenos às províncias adjacentes ao reino de Jerusalém.

Sob a influência de Luiz VII da França e Conrado III da Alemanha, um grande exército foi conduzido em socorro dos lugares reconhecido como santos. Enfrentara grandes dificuldades, mas obtiveram vitória.

- A terceira Cruzada foi dirigida por Ricardo I " Coração de Leão", da Inglaterra e outros como; Frederico Barbarroxa, Filipe Augusto. Barbarroxa morrerá afogado e Filipe desentendeu-se com Ricardo I e voltou para França.

A coragem de Ricardo I, sozinho, não foi suficiente para conduzir seu exército para Jerusalém. 

Contudo fez um acordo para que os cristãos tivessem direito a visitar o santo sepulcro.

A Quarta Cruzada foi um completo fracasso, porque causou grande prejuízo a igreja cristã.

Os cruzados, se afastaram do propósito de conquistar a Terra Santa e fizeram guerra a Constantinopla, conquistaram-na e saquearam-na. Constantinopla ficou, posteriomente, a mercê dos inimigos.

Na Quinta Cruzada, Frederico II, conduziu um exército até a Palestina e conseguiu um tratado no qual as cidades de Jerusalém, Haifa, Belém e Nazaré, eram cedidas aos cristãos. Porém 16 anos depois a cidade de Jerusalém foi tomada pelos maometanos.

A Sexta Cruzada foi empreendida por São Luiz. Invadiu a Palestina através do Egito, mas não obteve êxito, foi derrotado pelos maometanos e libertado por uma grande soma .

A sétima Cruzada teve também a direção de São Luiz juntamente com Eduardo I.

A rota escolhida foi novamente a África, porém São Luiz morreu e Eduardo I voltou para ocupar o trono na Inglaterra e a cruzada teve um fracasso total. Esta foi considerada a última Cruzada, porém houve outras de menor vulto.


* O Desenvolvimento da vida Monástica

Este movimento desenvolveu-se grandemente na Idade Média entre homens e mulheres, com resultados bons e maus. Com o crescimento dessas comunidades, tornava-se necessária alguma forma de organização, de modo que nesse período surgiram quatro grandes ordens.

A Ordem dos Beneditinos Fundada por São Bento em 529, em Monte Cassino. Essa ordem tornou-se a maior de todas as ordens monásticas da Europa. Suas regras exigiam obediência ao superior do mosteiro, a renúncia a todos os bens materiais, e bem assim a castidade pessoal.

Cortava bosques, secava e saneava pântanos, lavrava os campos e ensinava ao povo muitos ofícios úteis.

A Ordem dos Cistercienses Surgiram em 1098, com objetivo de fortalecer a disciplina dos Beneditinos, que se relaxava. Seu nome deve-se a cidade francesa de Citeaux, fundada por São roberto. Deu ênfase às arte, arquitetura e especialmente à literatura, copiando e escrevendo livros.

A Ordem dos Franciscanos fundada em 1209 por São Francisco de Assis. Tornou-se a mais numerosa de todas as ordens. Por causa da cor que usavam, tornaram-se conhecido como os "frades cinzentos".

A Ordem dos Dominicanos Ordem esponhola fundada por São Domingos, em 1215.

Os Dominicanos e os Franciscanos diferenciavam-se das outras ordens, pois eram pregadores, iam por toda parte a fortalecer a fé dos crentes.

No início, cada ordem monástica era um benefício para a sociedade. Vamos ver alguns bons resultados.

1.Os mosteiros davam hospedagem aos viajantes, aos enfermos e aos pobres. Serviam de abrigo e proteção aos indefesos, principalmente às mulheres e crianças.

2.Guardavam em suas bibliotecas muitas obras antigas da literatura clássica e cristã. Sem as obras escritas nos mosteiros, a Idade média teria passado em branco.

3.Os monges serviram como missionários na expansão do evangelho, até mesmo entre os bárbaros.

Apesar dos bons resultados que emanaram do sistema monástico, também houve péssimos resultados.

1.O monacato apresentava o celibato como a vida mais elevada, o que é inatural e contrário às Escrituras.

2.Impôs a adoção da vida monástica a milhares de pessoas das classes nobres da época.

3.Os lares e as famílias foram, assim, constituídos não pelos melhores, mas pelos de ideais inferiores, já que os melhores, não participavam da família, nem da vida social, nem da vida cívica nacional.

4.O crescimento da riqueza dos mosteiros levou a indisciplina, ao luxo, à ociosidade e até a imoralidade.
No início do século dezesseis, os mosteiros estavam tão desmoralizados no conceito do povo, que foram suprimidos, e os que neles habitavam foram obrigados a trabalhar para se manterem.


* Início da Reforma Religiosa

Cinco grandes movimentos de reformas surgiram na igreja; contudo, o mundo não estava preparado para recebê-los, de modo que foram reprimidos com sangrentas perseguições.

Os Albigenses "Puritanos" surgiram em 1170 no sul da França. Eles rejeitavam a autoridade da tradição, distribuíam o Novo Testamento e opunham-se às doutrinas romanas do purgatório, à adoração de imagens e às pretensões sacerdotais.

O papa Inocêncio III, promoveu uma grande perseguição contra eles, e a seita foi dissolvida com o assassinato de quase toda a população da região.

Os Valdenses Apareceram ao mesmo tempo, em 1170, com Pedro Valdo, que lia, explicava e distribuía as Escrituras, as quais contrariavam os costumes e as doutrinas dos católicos romanos. Foram cruelmente perseguidos e expulsos da França; apesar das perseguições, eles permaneceram firmes, e atualmente constituem uma parte do pequeno grupo de protestante na Itália.

João Wyclif Nascido em 1324, Recusava-se a reconhecer a autoridade do papa e opunha-se a ela.
Era contra a doutrina da transubstanciação, considerando o pão e o vinho meros símbolos. Traduziu o Novo testamento para o Inglês e seus seguidores foram exterminados por Henrique V.

João Huss Nascido em 1369 foi um dos leitores de Wyclif, pregou as mesmas doutrinas, e especialmente proclamou a necessidade de se libertarem da autoridade papal. Foi excomungado pelo papa, e então retirou para algum esconderijo desconhecido.

Ao fim de dois ano voltou a convite da igreja para participar de um concílio católico-romana de Constança, sob a proteção de um salvo-conduto. Entretanto, o acordo foi violado sob o pretexto de que "Não se deve ser fiel a hereges". Assim João Huss foi condenado e queimado.

Jerônimo Savonarola Nascido em 1452 foi monge Dominicano, em Florença.

A grande catedral enchia-se de multidões ansiosas, não só de ouvi-lo, mas também para obedecer aos seus ensinos. Pregava contra os male sociais, eclesiásticos e político de seu tempo. Foi preso, condenado e enforcado e seu corpo queimado na praça de Florença em 1498.


* A Queda de Constantinopla

A queda de Constantinopla, em 1453, foi assinalada como linha divisória entre os tempos medievais e os tempos modernos. Província após província do grande império foi tomada, até ficar somente a cidade de Constantinopla, que finalmente, em 1453, foi tomada pelos turcos sob as ordens de Maomé II.

O templo foi transformado em mesquita. Constantinopla ( Istambul ) tornou-se a capital do Império Turco e assim terminou também o período da Igreja Medieval.


* Resumo da Apostasia

Mencionaremos algumas das doutrinas que não tem apoio nas Escrituras Sagradas, e quando foram implantadas na igreja.

Ano Doutrina

310 Reza pelos defuntos, 320 Uso de Velas, 375 Culto dos santos, 431 Culto à virgem Maria, 503 Obrigatoriedade de se beijar os pés do papa, 850 Uso da água benta, 993 Canonização dos Santos, 1073 Celibato Sacerdotal, 1184 Instituição da Santa Inquisição, 1190 Venda de Indulgências, 200 Substituição do pão pela hóstia, 1215 Dogma da transubstanciação, 1229 Proibição da leitura Bíblica, 1316 Instituição da reza à Ave Maria, 1546 Introdução dos livros apócrifos, 1870 Dogma da infabilidade papal, 1950 Ascensão de Maria

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado.

OS GRANDES PERÍODOS DA HISTÓRIA DA IGREJA: A IGREJA REFORMADA.(PARTE-V)

OS GRANDES PERÍODOS DA HISTÓRIA DA IGREJA:A IGREJA REFORMADA.(PARTE-V)



TEXTO BASE ATOS 2: 45-47

E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.

E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,

Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.Atos 2:45-47

1° DE CONSTANTINOPLA, 1453 ATÉ AO FIM DA GUERRA DOS TRINTA ANOS, 1648

* A Reforma na Alemanha.

Neste periodo de duzentos anos, o grande acontecimento foi a Reforma; iniciada na Alemanha, e teve como resultado o estabelecimento de igrejas nacionais que não prestavam obediência nem fidelidade a Roma. 

Anotemos algumas das forças que conduziram à Reforma e ajudaram o seu progresso. 

Uma dessas forças foi, o movimento conhecido como Renascença, ou despertar da Europa para um novo interesse pela literatura, pelas artes e pela ciência, isto é, a transformação dos médodos e propósitos medievais em métodos modernos.

A maioria dos estudiosos italianos desse período eram homem destituídos de vida religiosa; até os próprios papas dessa época destacavam-se mais por sua cultura do que pela fé.

No norte dos Alpes, na Alemanha, na Inglaterra, e na França o movimento possuía sentimento religioso, despertando novo interesse pelas Escrituras, pelas línguas grega e hebraica, levando o povo a investigar os verdadeiros fundamentos da fé, independente dos dogmas de Roma. Por toda parte, de norte a sul, a Renascença solapava a igreja católica romana.

A invenção da imprensa veio a ser um arauto e aliado da Reforma que se aproximava. 

A imprensa possibilitou o uso comum das Escrituras, e incentivou a tradução e a circulação da Bíblia em todos os idiomas da Europa.

As pessoas que liam a Bíblia, prontamente se convenciam de que a igreja papal estava muito distanciada do ideal do Novo Testamento. Os novos ensinos dos Reformadores, logo que eram escritos, também eram logo publicados em livros e folhetos, e circulavam aos milhões em toda a Europa.

O patriotismo dos povos começou a manifestar-se, mostrando-se inconformados com a autoridade estrangeira sobre suas próprias igrejas nacionais; resistindo à nomeação de bispos, abades e dignitários da igreja feitas por um papa que vivia em um pais distante.

Não se conformava, o povo, com a contribuição do "óbolo de S. Pedro", para sustentar o papa e para a construção de majestosos templos em Roma. Havia uma determinação de reduzir o poder dos concílios eclesiásticos, colocando o clero sob o poder das mesmas leis e tribunais que serviam para os leigos.

Enquanto o espírito de reforma e de independência despertava a Europa, a chama desse movimento começou a arder primeiramente na Alemanha, no eleitorado da Saxônia, sob a direção de Martinho Lutero, monge e professor da Universidade de Wittenberg.

O papa reinante, Leão X, em razão da necessidade de avultadas somas para terminar as obras do templo de S. Pedro em Roma, permitiu que um seu enviado, João Tetzel, percorresse a Alemanha vendendo bulas, assinadas pelo papa, as quais, dizia, possuíam a virtude de conceder perdão de todos os pecados, não só aos possuidores da bula, mas também aos amigos, mortos ou vivos, em cujo nome fossem as bulas compradas, sem necessidade de confissão, nem absolvição pelo sacerdote.

Tetzel fazia esta indagação ao povo: "Tão depressa o vosso dinheiro caia no cofre, a alma de vossos amigos subirá do purgatório ao céu." Lutero, por sua vez, começou a pregar contra Tetzel e sua campanha de venda de indulgências, denunciando como falso esse ensino.

A data exata fixada pelos historiadores como início da grande Reforma foi registrada como 31 de outubro de 1517.

Na manhã desse dia, Martinho Lutero afixou na porta da Catedral de Wittenberg um pergaminho que continha noventa e cinco teses ou declarações, quase todas relacionadas com a venda de indulgências; porém em sua aplicação atacava a autoridade do papa e do sacerdócio.

Os dirigentes da igreja procuravam em vão restringir e lisonjear Martinho Lutero. Ele, porém, permaneceu firme, e os ataques que lhe dirigiam, apenas serviram para tornar mais resoluta sua oposição às doutrinas não apoiadas nas Escrituras Sagradas.

Após longas e prolongadas controvérsias e a publicação de folhetos que tornaram conhecidas as opiniões de Lutero em toda a Alemanha, seus ensinos foram formalmente condenados.

Lutero foi excomungado por uma bula do papa Leão X, no mês de junho de 1520. Pediram então ao eleitor Frederico da Saxônia que entregasse preso Lutero, a fim de ser julgado e castigado. Entretanto, em vez de entregar Lutero, Frederico deu-lhe ampla proteção, pois simpatizava com suas idéias.

Martinho Lutero recebeu a excomunhão como um desafio, classificando-a de "bula execrável do anticristo".

No dia 10 de dezembro, Lutero queimou a bula, em reunião pública, à porta de Wittemberg, diante de uma assembléia de professores, estudantes e do povo. 

Juntamente com a bula, Lutero queimou também cópias dos cânones ou leis estabelecidas por autoridades romanas. Esse ato constituiu a renúncia definitiva de Lutero à igreja católica romana.

Em 1521 Lutero foi citado a comparecer ante a do Concílio Supremo do Reno.

O novo imperador Carlos V concedeu um salvo-conduto a Lutero, para comparecer a Worms. 

Apesar de advertido por seus amigos de que poderia ter a mesma sorte de João Huss, que nas mesmas circunstâncias, no Concílio de Constança, em 1415, apesar de possuir um salvo-conduto, foi morto por seus inimigos, Lutero respondeu-lhes: "Irei a Worms ainda que me cerquem tantos demônios quantas são as telhas dos telhados." Finalmente, no dia 17 de abril de 1521 Lutero compareceu ao Concílio.

Em resposta a um pedido de que se retratasse, e renegasse o que havia escrito, após algumas considerações respondeu que não podia retratar-se, a não ser que fosse desaprovado pelas Escrituras e pela razão, e terminou com estas palavras: "Aqui estou. Não posso fazer outra coisa.

Que Deus me ajude. Amém." Instaram com o imperador Carlos para que prendesse Lutero, apresentando como razão, que a fé não podia ser confiada a hereges.

Contudo, Lutero pôde deixar Worms em paz.

Enquanto viajava de regresso à sua cidade, Lutero foi cercado e levado por soldados do eleitor Frederico para o castelo de Wartzburg. Ali permaneceu durante um ano, enquanto as tempestades de guerra e revoltas rugiam no império.

Entretanto, durante esse tempo, Lutero não permaneceu ocioso; nesse período traduziu o Novo Testamento para a lingua alemã, obra que por si só o teria imortalizado, pois essa versão é considerada como o fundamento do idioma alemão escrito. Isto aconteceu no ano de 1521.

O Antigo Testamento só foi completado alguns anos mais tarde. Ao regressar do castelo de Wartzburg a Wittenberg, Lutero reassumiu a direção do movimento a favor da igreja Reformada, exatamente a tempo de salvá-la de excessos extravagantes.

Em 1529 a Dieta reuniu-se na cidade de Espira, com o objetivo de reconciliar as partes em luta. Nessa reunião da Dieta os governadores católicos, que tinham maioria, condenaram as doutrinas de Lutero.

Os príncipes resolveram proibir qualquer ensino do luteranismo nos estados em que dominassem os católicos. 

Ao mesmo tempo determinaram que nos estados em que governassem luteranos, os católicos poderiam exercer livremente sua religião.

Os príncipes luteranos protestaram contra essa lei desequilibrada e odiosa. Desde esse tempo ficaram conhecidos como protestantes, e as doutrinas que defendiam também ficaram conhecidas como religião protestante.


* A Contra-Reforma

Logo após haver-se iniciado o movimento da Reforma, um poderoso esforço foi também iniciado pela igreja católica romana no sentido de recuperar o terreno perdido, para destruir a fé protestante e para enviar missões a países estrangeiros. Esse movimento foi chamado Contra-Reforma.

Tentou-se fazer a reforma dentro da própria igreja por via do Concílio de Trento, convocado no ano de 1545 pelo papa Paulo III, principalmente com o objetivo de investigar os motivos e pôr fim aos abusos que deram causa à Reforma.

O Concílio era composto de todos os bispos e abades da igreja, e durou quase vinte anos, durante os governos de quatro papas, de 1545 a 1563.

Todos esperavam que a separação entre católicos e protestantes teria fim, e que a igreja ficaria outra vez unida. Contudo, tal coisa não sucedeu. Fizeram-se, porém, muitas reformas na igreja católica e as doutrinas foram definitivamente estabelecidas.

Os próprios protestantes admitem que depois do Concílio de Trento os papas se conduziram com mais acerto do que os que governaram antes do Concílio.

O resultado dessa reunião pode ser considerado como uma reforma conservadora dentro da igreja católica romana.

De ainda maior influência na Contra-Reforma foi a Ordem dos Jesuítas, fundada em 1534 pelo espanhol Inácio de Loyola. Era uma ordem monástica caracterizada pela combinação da mais severa disciplina, intensa lealdade à igreja e à Ordem, profunda devoção religiosa, e um marcado esforço para arrebanhar prosélitos.

Seu principal objetivo era combater o movimento protestante, tanto com métodos conhecidos como com formas secretas.

Tornou-se tão poderosa a Ordem dos Jesuítas, que teve contra ela a oposição mais severa, até mesmo nos países católicos; foi suprimida em quase todos os países da Europa, e por decreto do papa Clemente XIV, no ano de 1773, a Ordem dos Jesuítas foi proibida de funcionar dentro da igreja.

Apesar desse fato, ela continuou a funcionar, secretamente durante algum tempo, mais tarde abertamente, e foi reconhecida pelo papa em 1814. Hoje é uma das forças mais ativas para divulgar e fortalecer a igreja católica romana em todo o mundo.

A perseguição ativa foi outra arma poderosa usada para impedir o crescente espírito da Reforma.

É Certo que os protestantes também perseguiram, e até mataram, porém geralmente isso aconteceu por sentimentos políticos e não religiosos.

Entretanto, no continente europeu, todos os governos católicos preocupavam-se em extirpar a fé protestante, usando para isso a espada. Na Espanha estabelceu-se a Inquisição, por meio da qual inumerável multidão sofreu torturas e muitas pessoas foram queimadas vivas.

Nos Países-Baixos o governo espanhol determinou matar todos aqueles que fossem suspeitos de heresias.

Na França o espírito de perseguição alcançou o clímax, na matança da noite de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1572, e que se prolongou por várias semanas. Segundo o cálculo de alguns historiadores, morreram de vinte a setenta mil pessoas.

Essas perseguições nos países em que o governo não era protestante não só retardavam a marcha da Reforma, mas, em alguns países, principalmente na Boêmia e na Espanha, a extinguiram.

Os esforços missionários da igreja católica romana devem ser recõnhecidos, também, como uma das forças da Contra-Reforma. Esses esforços eram dirigidos em sua maioria pelos jesuítas, e tiveram como resultado a conversão das raças nativas da América do Sul, do México e de grande parte do Canadá.

Na India e países circunvizinhos estabeleceram-se missões por intermédio de Francisco Xavier, um dos fundadores da sociedade dos jesuítas.

As missões católicas, nos países pagãos, iniciaram-se séculos antes das missões protestantes e conquistaram grande número de membros e bem assim poder para a respectiva igreja.

Como resultado inevitável de interesses e propósitos contrários dos estados da Reforma e católicos na Alemanha, iniciou-se então uma guerra no ano de 1618, isto é, um século depois da Reforma.

Essa guerra envolveu quase todas as nações européias. Na história ela é conhecida como a Guerra dos Trinta Anos.

As rivalidades políticas e religiosas estavam ligadas a essa guerra.

Ás vezes estados que professavam a mesma fé, apoiavam partidos contrários. 

A luta estendeu-se durante quase. uma geração, e toda a Alemanha sofreu ou seus efeitos terríveis.

Finalmente, em 1648, a guerra terminou, com a assinatura do tratado de paz de Westfália, que fixou os limites dos estados católicos e protestantes, que duram até hoje.

O periodo da Reforma pode ser considerado terminado nesse ponto.


Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado.

OS GRANDES PERÍODOS DA HISTÓRIA DA IGREJA:INQUISIÇÃO.(PARTE-VI)

OS GRANDES PERÍODOS DA HISTÓRIA DA IGREJA:INQUISIÇÃO.(PARTE-VI)



TEXTO BASE ATOS 2: 1-8

E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concorde mente no mesmo lugar;

E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.

E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.

E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.

E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando?

Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?Atos 2:1-8


1° SIGNIFICADO E OBJETIVO

Também chamada de Santo Ofício, INQUISIÇÃO era a  designação dada a um tribunal eclesiástico, vigente na  Idade Média e começos dos tempos modernos.

Esse Tribunal, instituído pela Igreja Católica Romana, tinha por meta prioritária julgar e condenar os hereges.

A palavra "herege" significa aquele que escolhe, que professa doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja como   sendo matéria de fé.

Então, todos os que se rebelavam contra a autoridade papal ou faziam qualquer espécie de crítica à Igreja de Roma eram considerados hereges.

INQUISIÇÃO é o ato de INQUIRIR: indagar, investigar, pesquisar, perguntar, interrogar judicialmente. 

Os hereges seriam os "irmãos separados", os "protestante", os  "crentes", os "evangélicos" de hoje.

Em suma, a INQUISIÇÃO foi um tribunal eclesiástico  criado com a finalidade de investigar e punir os crimes   contra a fé católica. 

Da Enciclopédia BARSA, vol 7, pags. 286-287 extraímos o seguinte: " Heresia, no sentido geral é uma atitude, crença ou doutrina, nascida de uma  escolha pessoal, em oposição a um sistema comumente aceito e acatado. É uma opinião firmemente defendida   contra uma doutrina estabelecida.

A Igreja Católica, no   seu Direito Canônico, estabelece uma distinção entre   heresia, apostasia e cisma. Assim diz este documento:

"Depois de recebido o batismo, se alguém, conservando o nome de cristão, nega algumas das verdades que se devem crer com fé divina e católica ou dela duvida, é HEREGE. Se afasta-se totalmente da fé cristã, é APÓSTATA. 

Se recusa submeter-se ao Sumo Pontífice (o  Papa) ou tratar com os membros da Igreja aos quais está  sujeito, é CISMÁTICO" (Direito Canônico 1.325, párag. 2).    
          
Então, por esse raciocínio e decreto de Roma, os milhões de crentes no mundo são hereges e cismáticos porque    negam muitas das "verdades" da fé católica, não se  submetem ao Sumo Pontífice, e só reconhecem Jesus  Cristo como autoridade máxima da Igreja.

De acordo com o que foi noticiado em janeiro/98 pelos jornais, a Igreja Católica Romana resolveu abrir os arquivos do Santo Ofício ou Inquisição, colocando-os à disposição   dos pesquisadores.

Nesses arquivos constam 4.500 obras   sob fatos e julgamentos de quatro séculos da Igreja  Católica, conforme noticiado.

A abertura desses processos é de muita valia para os pesquisadores, historiadores e interessados em conhecer um pouco mais  do passado negro da Igreja de Roma. Nem por isso a  humanidade deixou de conhecer as crueldades, as  chacinas, o extermínio, as torturas que tiraram a vida de  milhões de hereges.

Os arquivos do Vaticano vão mostrar, certamente, com mais detalhes, como foram conduzidos os processos sumários e quais os métodos usados para obter confissões e retratações.

Todavia, a guarda a sete chaves dessas informações não impediu que o mundo tomasse conhecimento dos crimes cometidos pelos tribunais inquisitórios.
A História não pode ser apagada.


VI° MASSACRES

* O Massacre De São Bartolomeu

O massacre de São Bartolomeu ou a Noite de São Bartolomeu ficou conhecido como "a mais horrível entre as ações diabólicas de todos os séculos". Com a   concordância do Papa Gregório XIII, o rei da França, Carlos IX, eliminou em poucos dias milhares de huguenotes.

A matança iniciou-se na noite de 24.08.1572, em Paris, e se estendeu a todas as cidades onde se  encontravam protestantes.

Segundo Ellen G. Write, em  seu Livro "O GRANDE CONFLITO", foram martirizados cerca de setenta mil nesse massacre. "Quando a notícia   do massacre chegou a Roma, a alegria do clero não teve  limites.

O cardeal de Lorena recompensou o mensageiro com mil coroas; o canhão de Santo Ângelo reboou em alegre salva; os sinos dobraram em todos os campanários; e o Papa Gregório XIII, acompanhado dos  cardeais e outros dignitários eclesiásticos, foi, em longa procissão, à igreja de S.Luís, onde o cardeal de Lorena  cantou o Te Deum.

Um sacerdote falou "daquele dia tão cheio de felicidade e regozijo, em que o santíssimo padre recebeu a notícia e foi em aparato solene dar graças a Deus e a S.Luís".


* O Massacre Dos Albigenses

Albigenses eram os   nascidos na cidade de Albi, sul da França. Em 1198, por iniciativa do Papa Inocêncio

III, foram instituídos "Os  Inquisidores da Fé contra os Albigenses".

Esses franceses foram considerados "hereges" porque seus ensinos doutrinários não se alinhavam com os da Igreja de  Roma.

O extermínio começou no ano de 1209 e se  estendeu por 20 anos, quando milhares de albigenses pereceram. Fala-se em mais de 20.000 mortos, entre   homens, mulheres e crianças.


* O Massacre Da Espanha 

Tomás de Torquemada (1420-1498), espanhol, padre dominicano, nomeado para cargo de grande-inquisidor pelo Papa Sisto IV, dirigiu as operações do Tribunal do Santo Ofício durante 14 anos. "Celebrizou-se por seu fanatismo religioso e crueldade".    

De mãos dadas com os reis católicos, promoveu a expulsão dos judeus da Espanha por édito real de  31.03.1492, tendo estes o prazo reduzido de quatro    meses para se retirarem do país sem levar dinheiro, ouro  ou prata.
É acusado de haver condenado à fogueira 10.220 pessoas, e cerca de 100.000 foram encarceradas, banidas  ou perderam haveres e fazendas. Tudo em nome da fé   católica e da honra de Jesus Cristo.


* O Massacre Dos Anabatistas 

Grupo religioso  iniciado na Inglaterra no século XVI, que defendia o  batismo somente de pessoa adulta.

Por autorização do  Papa Pio V (1566-1572), cem mil foram exterminados.


* O Massacre Em Portugal

Diante dos insistentes   pedidos de D. João III, o Papa Paulo III introduziu, por bula de 1536, o Tribunal do Santo Ofício em Portugal.

As perseguições foram de tal ordem que o comércio e a indústria na Espanha e em Portugal ficaram praticamente     paralisados. "As execuções públicas eram conhecidas como autos-de-fé.

No começo, funcionaram tribunais da Inquisição nas diversas dioceses de Portugal, mas no século XVI ficaram apenas os de Lisboa, Coimbra e Évora.

Depois, somente o da capital do reino, presidido pelo inquisidor-geral.

Até 1732, em Portugal, o número de sentenciados atingiu 23.068, dos quais 1.554 condenados à morte.

“Na torre do Tombo, em Lisboa, estão registrados mais de 36.000 processos".

Daí porque os 4.500 processos constantes dos arquivos de terror do Vaticano –

Os Arquivos do Santo Ofício - recentemente liberados aos  pesquisadores, não contam toda a história da desumana Inquisição.


* A Inquisição Em Cuba 

Não havia parte nenhuma no   mundo onde os protestantes ou hereges estivessem livres para o exercício de sua fé. Partindo da Europa, muitos procuraram refúgio nas Américas do Sul e Central, o "Novo Mundo".

Mas para cá também vieram os inquisidores.

A inquisição em Cuba iniciou-se em 1516 sob o comando de  dom Juan de Quevedo, bispo de Cuba, que, com requintes   de maldade, eliminou setenta e cinco "hereges".


* A Inquisição No Brasil 

A Inquisição se instalou no Brasil em três ocasiões:

Em 09.06.1591, na Bahia, por três anos; em Pernambuco, de 1593 a 1595; e novamente na Bahia, em 1618. 

Há notícia  de que no século XVIII Inquisição atuou no Brasil.

Segundo o jornal "Mensageiro da Paz", número 1334, de maio/1998, "cento e trinta e nove" pessoas foram queimadas vivas, no Brasil, entre os anos de 1721 e 1777.

Todos os que confessavam não crer nos dogmas católicos eram sentenciados.

Praticamente a metade dos prisioneiros brasileiros cristãos-novos no século 18 era mulheres.

Na Paraíba, Guiomar Nunes foi condenada à morte na fogueira em um processo julgado em Lisboa.

A Inquisição interferiu profundamente na vida colonial brasileira durante mais de dois séculos.

Um dos exemplos dessa interferência era a perseguição aos descendentes de judeus.

“Os que estavam nessa condição podiam ser punidos com a morte, confisco dos bens e na  melhor das hipóteses ficavam impedidos de assumir cargos públicos".


Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado.