quarta-feira, 27 de julho de 2022

OS GRANDES PERÍODOS DA HISTÓRIA DA IGREJA:A IGREJA APOSTÓLICA.(PARTE-II)


OS GRANDES PERÍODOS DA HISTÓRIA DA IGREJA:A IGREJA APOSTÓLICA.(PARTE-II) 



TEXTO BASE AT 5: 14


I° O CRESCIMENTO DA IGREJA

Atos 5: 14 E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais.

Atos 6: 7 E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.

A arma usada pela igreja, através da qual a igreja crescia demasiadamente, era o testemunho de seus membros. Enquanto aumentava o número de membros aumenta o número de testemunhas, pois cada membro era um mensageiro de Cristo.

Os motivos desse crescimento foram:

1° Perseveravam na doutrina dos apóstolos

2° Perseveravam na comunhão e partir do pão

3° Perseveravam na oração

4° Possuíam temor

5° Muitos sinais e maravilhas se faziam

6° Muita alegria e sinceridade

Atos 2: 41-47

A Igreja Pentecostal era uma igreja poderosa na fé e no testemunho, pura em seu caráter, e abundante no amor. Entretanto, o seu defeito era a falta de zelo missionário. 

Foi necessário o surgimento de severa perseguição, para que se decidisse a ir a outras regiões.

II. A EXPANSÃO DA IGREJA

Atos 8 : 4 Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra.

Na perseguição iniciada com a morte de Estevão, a igreja em Jerusalém dispersou-se por toda a terra. Alguns chegaram até Damasco e outros até a Antioquia. Por qual motivo sobreveio então as perseguições ?

Marcos 16: 15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.

A partir desta perseguição, os cristãos fugiam, porém pregavam o evangelho e testemunhavam das maravilhas que Jesus operava.

Devido à natureza fragmentária dos dados, é possível darmos peso demais às viagens  missionárias de Paulo e da expansão que as acompanhou (Ásia Menor, Grécia, etc.).

Não temos, por exemplo, conhecimento de como ou por quem o evangelho chegou a Alexandria ou a Roma.

Também vemos uma congregação em Damasco antes da conversão de Paulo (At: 9: 1-19),

Que certo historiador batista, sugere ter surgido a partir  de contatos com os discípulos na Galiléia.

Alguns pensam que a missão paulina tenha   desabado logo após da sua morte.

Os primeiros agentes da expansão missionária provavelmente foram os convertidos do dia de Pentecostes (At: 2: 9=11) que levaram o evangelho consigo quando voltaram para  casa.

AS regiões alistadas no texto já indicam a larga gama de países do mundo de então.

Uma segunda leva de "missionários" foram aqueles que foram espalhados por toda parte na perseguição que seguiu o martírio de Estevão At: 8: 4.

Estes foram pregando na Fenícia, no Chipre e na Antioquia, mas sempre aos helenistas.

Um dos convertidos de Chipre e de Cirene (Líbia) pregaram aos helenos (gregos) em Antioquia. Como resultado da evangelização do eunuco por Filipe surgiu a Igreja na Etiópia: At: 8: 26=39.

Parece ser evidente que Paulo não foi o único missionário trabalhando fora da palestina.

Além das viagens de Barnabé e Marcos (At:15: 39), há referência a outros em  Rm:15: 19= 20.

No período apostólico de expansão do evangelho, o NT relata a presença de crentes nos  seguintes lugares sem nos indicar quem o levou ou como ouviram:

Roma, Bitínia, Mísia, Pontus, Capadócia (1ª Pe 1:1), Tiro, Sidom, Puteoli (perto de Nápoles).
Tudo isso parte da obra missionária paulina.

Expansão no Império Romano Leste

Nos dados fragmentários que temos podem ser observado algumas regiões.

Na Fenícia a   fé cedo parece ter sido mais forte do que na própria Palestina.

Entretanto é provável que aqui, como em quase todo o império, o cristianismo era um fenômeno urbano, desenvolvendo-se especialmente nas cidades costeiras.

Tiro possuía uma igreja muito  forte.

Na Síria se desenvolveu duas comunidades cristãs: a de fala grega que teve seu início em  Antioquia e que se expandiu nas comerciais às cidades de fala grega na Síria.

Embora a  igreja de Antioquia possa ter sido bilíngüe desde cedo, a comunidade de fala siríaca teve  seu núcleo principal ao leste na cidade de Edessa.

Foi de aqui que expandiu o cristianismo siríaco.

A força da igreja na Síria pode ser constatada pela presença de 20 bispos seus no Concílio de Nicéia em 325.

Na Ásia Menor, foi área de trabalho de pelo menos dois apóstolos, Paulo e João, o cristianismo tinha sido adotado mais largamente do que qualquer outra região grande do Império até o fim do III século.

Seu crescimento maior parece ter sido nas cidades onde a cultura local estava desintegrando-se diante do impacto da cultura que chegava a  greco-romana.

Nas cidades helênicas era menor e nas cidades onde a educação helenista  era desconhecida era quase inexistente..

A carta de Plínio ao imperador Trajano na  segunda década do II século atesta a larga expansão do cristianismo nas cidades e até no   quadro rural de Bitinia.

Expansão no Império Romano Africano

Quanto ao Egito a tradição faz de Marcos o missionário que lá plantou o evangelho.

Sabemos que Apolo era de Alexandria, mas não sabemos se converteu-se lá ou se voltou para lá após sua conversão. Até o fim do segundo século a igreja já estava forte.

Já incluía várias linhas teológicas, das quais uma das mais fortes foi o gnosticismo.

Em Alexandria se desenvolveu mui cedo a famosa escola catequética em que teve entre seus professores Clemente e Orígenes.

Já neste período traduções de porções das Escrituras foram feitas em línguas indígenas dando condições para o desenvolvimento da Igreja Copta.

A costa do norte da África o cristianismo se alastrou cedo especialmente nas regiões da Líbia, Tunísia, e Algeria.

O progresso do cristianismo nesta região parece ter sido muito rápido, especialmente no III século.

É de aqui que surgiu Tertuliano, Cipriano e, mais  tarde, Agostinho.

A igreja parece ter sido mais forte nas cidades e entre a população que falava latim.

Expansão no Império Romano Europeu

Na Itália.

O evangelho chegou a Roma antes de Paulo, mas talvez não muito antes da agitação que resultou na expulsão dos judeus sob Cláudio (41= 54) por causa dum certo  "Chrestus. Cf. At:18:1-3.

Até 250 a igreja em Roma cresceu sobremaneira. Uns calculam    30.000 membros; outros acham que foram muito mais.

Até meados do III século na Itália   havia cerca de 100 bispos.

Com a expansão rápida do cristianismo que ocorreu nas últimas décadas daquele século, calcula-se que quase toda a cidade no centro-sul e na Sicília tinham  um núcleo de cristãos.

A penetração do norte da Itália foi bem mais lenta e veio da Dalmacia e    regiões ao leste.

A Espanha, embora romanizada antes da África, foi muito mais lenta em receber o Evangelho.

Cedo no III século o cristianismo parece firmemente estabelecido no sul, nas cidades costeiras.

Avanço do Cristianismo ao Leste A-lém dos Limites do Império Ro-mano

A tradição indica que Tomé foi aos Partos e a Índia; Mateus a Etiópia; Bartolomeu a  Índia e André aos citos.

Edessa estava localizada nas grandes rotas comerciais que corriam entre as montanhas da Armênia ao norte e os desertos da Síria ao sul.

Até o fim do II século estava fora do   império romano e dentro da esfera da influência dos Partos.
A sucessão de bispos   remonta a fins do II século. Embora centro de cultura grega, o cristianismo de Edessa   era siríaco.

No início do III século poucas cidades continham mais crentes que Edessa.

Até o fim do século parece que ela estava predominantemente cristã.

Edessa parece ter sido o ponto donde o evangelho penetrou mais na Mesopotâmia e até os limites da  Pérsia.

As antigas religiões da Babilônia e da Assíria estavam em desintegração e não ofereceram muita oposição ao cristianismo.

A oposição surgiu principalmente do   zoroastrismo que mais tarde se tornou a religião do Estado persa (meados do III século).

Os primeiros convertidos aparecem cerca de 100 a.D.

Até o fim do primeiro quartel do III século havia mais de 20 dioceses na Mesopotâmia.

No leste o cristianismo não só não teve os mesmos êxitos que conseguiu no império, como também eventualmente quase desapareceu.

Isto possivelmente se deva a três razões:

A política religiosa dos Sassanidas (dinastia persa) que favoreceu o zoroastrismo.

A forte hierarquia de este com o apoio da monarquia levantou uma forte resistência ao  cristianismo.

Também o próprio êxito do cristianismo no império, após sua adoção por Constantino, o tornou a religião do inimigo principal dos persas.


III°A ERA SOMBRIAA última geração do primeiro século, a que vai do ano 60 ao 100 AD, chamamos de "Era Sombria", em razão de as trevas da perseguição estarem sobre a igreja, e a falha de muitas informações sobre este período.

Razões das Perseguições da Igreja

Ao longo dos primeiros três séculos do cristianismo havia tanto competição entre as religiões como o espírito de tolerância.

Embora nunca tomaram recursos de armas para se defenderem, os cristãos foram o único elemento social perseguido por período   prolongado

A falta de participar em festas e ritos idolatras dos templos bem como sua hostilidade a outras religiões levou o mundo da época consideram os cristãos de ateus e inimigos dos  deuses.

Também os cristãos passaram a se reunir de noite e em segredo e começaram a mostrar afeição uns pelos outros.

Ao mesmo tempo celebravam a ceia do Senhor (comer  o sangue e o corpo de Jesus) deu margem às acusações de antropofagia ou canibalismo.

Assim durante década foi lhes atribuído as seguintes acusações: ateísmo, licenciosidade e canibalismo.

O cristianismo chocou as sensibilidades dos filósofos e mais educados justamente pelo entusiasmo de seus adeptos. Pior, entraram em conflito com os vendedores de ídolos e os comerciantes da idolatria.

Trouxe assim contra eles a má vontade duma classe poderosa.

O Paganismo em suas práticas aceitava as novas formas e objetos de adoração que iam surgindo, enquanto o Cristianismo rejeitava qualquer forma ou objeto de adoração.

A adoração aos ídolos estava entrelaçada com todos os aspectos da vida.

As imagens eram encontradas em todos os lares, e até em cerimônias cívicas, para serem adoradas.

Os cristãos, é claro, não participavam dessas formas de adoração.

Por essa razão o povo considera os cristãos como " Anti-social e ateus que não tinham deuses.

A adoração ao Imperador era considerada como prova de lealdade. Havia estátuas dos imperadores reinantes nos lugares mais visíveis para o povo adorar.

Os cristãos recusavam-se a prestar tal adoração.

As reuniões secretas dos cristãos despertaram suspeitas.

De praticarem atos imorais e criminosos, durante a celebração da Santa Ceia, eram vetada a entrada dos estranhos.

O Cristianismo considerava todos os homens iguais.

Não havia distinção entre seus membros, nem em suas reuniões, por isso foram considerados como " niveladores da sociedade ", portanto anarquistas, perturbadores da ordem social.


Perseguição sob Nero

Nero chegou ao poder em 54, todos os que se opunham à sua vontade, ou morriam ou recebiam ordens de se suicidar.

Assim estavam as coisas quando em 64 AD aconteceu o incêndio em Roma.

Diz-se que foi Nero, quem ateou fogo à cidade, Contudo essa acusação ainda é discutível.

Entretanto a opinião pública responsabilizou Nero por esse crime.

Afim de escapar dessa responsabilidade, Nero apontou os cristãos como culpados do incêndio de Roma, e moveu contra eles tremenda perseguição.

O fogo durou seis dias e sete noites e depois voltou a se acender em diversos lugares por mais três dias:

1° Milhares de cristãos foram torturados e mortos.

2° Muitos serviram de iluminação para a cidade, amarrados em postes e ateado fogo.

3° Muito foram vestidos com peles de animais e jogados para os cães.

4° Nesta época morreram :

5° Pedro - Crucificado em 67

6° Paulo - Decapitado em 68

7° Tiago - Apedrejado depois de ser jogado do alto do templo

Além de matá-los fê-los servir de diversão para o público.


A Perseguição sob Domiciano

No ano 81 Domiciano sucedeu ao imperador Tito que invadira destruíra Jerusalém no ano 70.

Com a destruição de Jerusalém Domiciano ordenou que todos os judeus deviam enviar à Roma as ofertas anuais, que eram enviadas a Jerusalém, estes, por sua vez não obedeceram, o que desencadeou a segunda perseguição, não somente aos judeus mas também aos cristãos.

Durante esses dias milhares de cristão foram mortos, especialmente em Roma e em toda a Itália.

Nesta época o apóstolo João, que vivia em Éfeso, foi preso e exilado na ilha de Patmos, foi quando recebeu a revelação do Apocalipse.

Promoveu uma perseguição muito severa em Roma e na Ásia Menor, as duas onde o cristianismo parece ter se expandido mais até então.

Esta perseguição parece ter acontecido um pouco antes da sua morte.

Envolveu a morte do cônsul Flávio Clemente e sua esposa Flávia Domitila.


Trajano (98-117)

Proibiu as sociedades secretas, inclusive o cristianismo.

IV° AS PERSEGUIÇÕES IMPERIAIS

Este período vai da morte do Apóstolo João, ano 100 AD até o Edito de Constantino, ano 313 AD.

O fato de maior destaque na História da Igreja neste período foi, sem dúvida, as perseguições realizadas pelos Imperadores Romanos.

Estas perseguições duraram até o ano 313 AD, quando Constantino, o primeiro Imperador Romano, " cristão ", fez cessar todos os propósitos de destruir a Igreja.

A de ressaltar que durante este período houve épocas em que as perseguições foram mais amenas.

No início do segundo século, os cristãos já estavam radicados em todas as nações e em quase todas as nações, e alguns crêem que se estendia até a Espanha e Inglaterra.

O número de membros da comunidade cristã subia a muitos milhões.

A famosa carta de Plínio ( Governador da Bitínia - hoje Turquia ) ao Imperador Trajano, declara que os templos dos deuses estavam quase abandonados, enquanto os cristãos em toda parte formavam uma multidão, e pertenciam a todas classes , desde a dos nobres, a até a dos escravos.


Os Perseguidores

Imperador Trajano 98 a 117 AD - Estabeleceu a Lei, que sendo cristão acusado de qualquer coisa e não negar fé, será castigado, não tendo acusação estão livres.

Mandava crucificar e lançar às feras.

Imperador Adriano 117 a 138 AD - Morreu em agonia, gritando, " Quão desgraçado é procurar a morte e não encontrar ".

Imperador Marco Aurélio 161 a 180 AD - Mandava decapitar e lançar às feras.

Apesar de possuir boas qualidades como homem e governante justo, contudo foi acérrimo perseguidor dos cristãos. Opunha-se, pois, aos cristãos por considerá-los inovadores.

Milhares foram decapitados e devorados pelas feras na arena.

Os Imperadores acima mencionados, foram considerados como os "bons imperadores ", nenhum cristão podia ser preso sem culpa definida e comprovada.

Contudo, quando se comprovava acusações e os cristãos se recusavam a retratar-se, os governantes eram obrigados, a por em vigor a lei e ordenar a execução.

Comodus (180-193) Foi o imperador mais favorável aos cristãos que todos os anteriores.

Imperador Severo 193 a 211 AD - Mandava decapitar e lançar às feras. Iníciou uma terrível perseguição que durou até à sua morte em 211 AD.

Possuía uma natureza mórbida e melancólica; era muito rigoroso na execução da disciplina.

Tão cruel fora o espírito do imperador, que foi considerado por muitos como o anticristo.

Imperador Décio 249 a 251 AD - Décio observava com inveja o poder crescente dos cristãos, e determinou reprimi-lo. Via as igrejas cheias enquanto os templos pagãos desertos.

Por conseqüência, mandou que os cristãos tinham que se apresentar ao Imperador para comunicar e religião.

Quem renunciava recebia um certificado, que não renunciava era considerado criminoso e conduzidos às prisões e sujeitos às mais horrorosas torturas.

Galenius (260-268)   Não houve mais perseguições até o período de Dioclesiano

Imperador Diocleciano 305 a 310 - A última, a mais sistemática e a mais terrível de todas as perseguições deu-se neste governo.

Em uma série de editos determinou-se que:

Todos os exemplares da Bíblia fossem queimados.

Todos os templos construídos em todo o império durante meio século, fossem destruídos.

Todos os pertencentes as ordens clericais fossem presos.

Ninguém seria solto sem negar o Cristianismo.

Pena de morte para quem não adorasse aos deuses.

Prendiam os cristãos dentro dos templos e depois ateava fogo.

Consta que o imperador erigiu um monumento com esta inscrição " Em honra ao extermínio da superstição cristã ".
Os Principais Mártires

Inácio Provável discípulo de João, bispo em Antioquia, foi condenado no ano 107 AD por não adorar a outros deuses. Foi morto como mártir, lançado para as feras no anfiteatro romano, no ano 108 ou 110 enquanto o povo festejava.

Ele estava disposto a ser martirizado, pois durante a viagem para Roma escreveu cartas às igrejas manifestando o desejo de não perder a honra de morrer por seu Senhor


Policarpo Bispo em Esmirna, na Ásia Menor, morreu no ano 155.

Ao ser levado perante o governador, e instado para abandonar a fé e negar o nome de Jesus, assim respondeu:

" Oitenta e seis anos o servi, e somente bens recebi durante todo o tempo, Como poderia eu agora negar ao meu Salvador ? Policarpo foi queimado vivo.

Justino Mártir Era um dos homens mais competente de sue tempo, e um dos principais defensores da fé.

Seus livros, que ainda existem, oferecem valiosas informações acerca da vida da igreja nos meados do segundo século. Seu martírio deu-se em Roma, no ano 166.


Os Efeitos Produzidos pelas Perseguições

As perseguições produziram uma igreja pura pois conservava afastados todos aqueles que não eram sinceros em sua confissão de fé.

Ninguém se unia à igreja para obter lucros ou popularidade.

Somente aqueles que estavam dispostos a ser fiéis até a morte, se tornavam publicamente seguidores de Cristo.
A Igreja multiplicava-se.

Apesar das perseguições ou talvez por causa delas, a igreja crescia com rapidez assombrosa.

Ao findar-se o período de perseguição, a igreja era suficientemente numerosa para constituir a instituição mais poderosa do império.

Não entanto era suficiente para criar o problema dos lapsos (aqueles que caíram).

Por outro lado, o fato de serem de curta duração criou as condições pelas quais "o sangue  dos mártires foi a semente da Igreja"  

As perseguições universais, mostraram que a igreja estava "gorda" nestes séculos, a perseguição intensa, universal e demorada arrasou a Igreja.

Muitos negaram a fé, outros tantos forma exilados do império.

Mesmo assim a lista daqueles que deram sua vida pela fé nas perseguições de Décio a Dioclesiano foi muito grande.

A Igreja conseguiu sobreviver e crescer ainda mais devido à relativa paz de 40 anos entra as duas   perseguições e o Edito de Milão.

O problema dos "lapsos" (caídos) foi muito agudo nos séculos II e III. Hermas (O Pastor) e Cipriano (De Lapsis) escreveram tratados sobre a questão.

O que se deve fazer com os que negaram a fé e queimaram incenso a efígie de César?

A Igreja elaborou algumas respostas:

A igreja de Roma em geral foi indulgente com os lapsos, recebendo-os de volta com a simples confissão de seu pecado. Existia um rigor contra os lapsos, eles  não teriam mais direito de fazer parte da Igreja.

Hermas ( que escreveu o livro O Pastor) representa uma posição mediadora que aceita uma única queda.
Os lapsos seriam aceito de volta, mas não mais para o lugar de líderes.

Os lapsos seriam membros de "segunda classe" na Igreja.

Embora Cipriano é muito duro com os lapsos, ele os chama a um abundante arrependimento para demostrar sua tristeza e aflição, sem desesperar da misericórdia de Deus.

Apenas estes seriam recebidos de novo na Igreja.

Apesar de considerarmos as perseguições o fato mais importante da História da Igreja, no segundo e terceiro séculos, contudo, fatos interessantes aconteceram neste período que devem ser observados.

Vejamos:

O Cânon Bíblico

Os escritos do Novo Testamento foram terminados, entretanto a formação do Novo Testamento com os livros que o compõem, como cânon, não foi imediata.

Algumas Igreja aceitavam somente alguns livros como inspirados e outra igrejas livros diferentes.

Gradualmente os livros do Novo Testamento, tal como usamos hoje, conquistaram a proeminência de escritura inspirada.

O Crescimento e a Expansão da Igreja

O crescimento e a expansão da Igreja foi a causa da organização e da disciplina.

A perseguição aproximou as Igrejas e exerceu influência para que elas se unissem e se organizassem.

O aparecimento da heresias impôs, também, a necessidade de se estabelecerem alguns artigos de fé, e, com eles, algumas autoridades para executá-las.

Outra característica que distingue esse período é sem dúvida, o desenvolvimento da doutrina.

Na era apostólica a fé era do coração, uma entrega pessoal a vontade de Cristo.

Entretanto no período que agora focalizamos, a fé gradativamente passara a ser mental, era uma fé do intelecto, fé que acreditava em um sistema rigoroso e inflexível de doutrinas.

O credo Apostólico, a mais antiga e mais simples declaração da crença cristã, foi escrito durante esse período.
Nesta época surgiram três escolas teológicas.

Uma em Alexandria, outra na Ásia Menor e outra na África. Os maiores vultos da historia do Cristianismo passaram por essas escolas: Orígenes, Tertulianao e Cipriano


Vª SEITAS E HERESIAS

Juntamente com o desenvolvimento da doutrina teológica, desenvolviam-se também as seitas, ou como lhes chamavam, as heresias na igreja cristã.

Os cristãos não só lutaam contra as perseguições , mas contra as heresias e doutrinas corrompidas.

Os Gnósticos Do grego "Gnósis = Sabedoria, Conhecimento" Acreditavam que Deus Supremo é espírito absoluto e causa de todo bem, enquanto a matéria é completamente má criada por um ser inferior que é Jeová.

O propósito é então escapar deste corpo que aprisiona o espírito.

Afim de chegar a libertação, é necessário que venha um mensageiro do reino espiritual. Cristo.

Cristo portanto não era matéria, possuía somente a natureza divina.

Os Ebionitas Do hebraico que significa "Pobre" eram judeus-cristãos que insistiam na observância da lei e dos costumes judaicos. Rejeitavam as cartas escritas por Paulo.

Eram considerados como apostatas pelo Judeus não convertidos.

Os Maniqueus De origem persa, foram chamados por esse nome, em razão de seu fundador Ter o nome de Mani. 

Acreditavam que o universo compõe-se do reino das trevas e da luz e ambos lutam pelo domínio do homem.

Rejeitavam a Jesus, porém criam em um "Cristo celestial".
Marcion

Nativo de Porto, foi a Roma perto de 138 e se tornou membro da Igreja de Roma.

Não  conseguiu leva a igreja a aceitar seu ponto de vista, assim que organizou os seus seguidores numa igreja cismática e expandiu a obra até ter congregações em quase todas as províncias.

Embora talvez não seja correto chamar Marcion de gnóstico, ele compartilhou vários de seus pontos de vista:


judaísmo é mau.

Jeová não é o mesmo Deus do NT. Baseou-se quase que exclusivamente em Paulo.

Contrastou a imoralidade e   crueldade do AT., com a espiritualidade, misericórdia, bondade e alta moral do NT.
Embora conceba o nascimento, vida e morte de Jesus como apenas aparente, Marcion insiste na obra redentora de Cristo como necessária para a salvação dos homens.

O marcionismo achou fácil aceitação na Mesopotâmia e na Pérsia e sobreviveu lá durante alguns séculos.
Montanismo

É uma reação às inovações que foram introduzidas nas igrejas pelo gnosticismo e paganismo em geral às custas da fé e da moral.

Foi organizado na Frígia entre 135 e 160 por Montano com Priscila e Maximinia (profetizas do movimento) em resposta a uma iluminação do Paracletos, para proclamar o estabelecimento do reino de Cristo e pregar    contra o mundanismo das igrejas.

Algumas das doutrinas desenvolvidas ( e pelas quais  foram rejeitados) tornaram-se ensino básico da Igreja católica 2 séculos depois: exaltação   da castidade e viuvez; divisão dos pecados em mortal e venial, exaltação do martírio        
      
Tornou-se o precursor do cristianisno ascético. Suas doutrinas em geral eram as mesmas  do cristianismo católico. Reivindicaram ter recebido revelações divinas enquanto em estado de êxtase.

O espírito lhes dava a interpretação ascética de certas passagens  bíblicas.

O montanismo é uma explosão de profetismo, dando importância especial a  visões e revelações.

Tem caráter essencialmente escatológico.

Para eles o período do Parácletos (Espírito Santo) se iniciou com Montano.

A nova Jerusalém será inaugurada para o reino de 1.000 anos.

Assim que é necessário viver em continência e prepara-se  para tanto.

Nenhum dos que escreveram contra o montanismo vê neles uma heresia.

Ao contrário vê nele "tendências arcaicas"


O Novacionismo

Foi o montanismo reaparecendo numa outra época, sem as reivindicações proféticas que desapareceram.

Novaciano foi condenado em 251 por um concílio romano que reunia  60 bispos.

Após a perseguição de Décio, quando muitos negaram a fé, Novaciano liderou os que queriam muito rigor para os que cairam.

Este movimento cismático encontrou muita recepção na África e na Ásia Menor, onde absorveu o que restou dos   montanistas. Sua doutrina era igual à das igrejas católicas.

Foi apenas a questão de   disciplina que questionavam: condições para ser membro da igreja e perdão de certos   pecados específicos.

Enquanto Cipriano admitia a reconciliação dos caídos "após uma penitência severa e prolongada:

Novaciano considerava que "reconciliação alguma lhe  pode ser concedida" Para Novaciano a igreja se identificava com um pequeno grupo de  espirituais que estava em conflito obrigatório com a cidade terrena.
Crendo que as igrejas  católicas eram apóstatas, os novacianos rejeitaram as ordenanças delas.

A crença na  regeneração batismal era quase universal nesta época.

Os novacianos deram tanta  importância à necessidade do batismo ser ministrado por pessoa devidamente qualificada  que rebatizavam os que vieram das igrejas católicas.


Os Donatistas

Como os montanistas e novacionistas, estavam preocupados principalmente com questões de disciplina.

O movimento surgiu após a perseguição de Diocleciano e especificamente em relação ao que entregaram as Escrituras as autoridades.
Os donatistas insistiram numa disciplina eclesiástica rigorosa e numa membresia pura.

Rejeitaram ministros indignos (os "lapsi"traidores).

O donatismo não trata dos caídos em geral e sim apenas da sorte dos bispos que teriam consentido na entrega das Escrituras imposta pelo primeiro edito de Dioclesiano.

O simples fato de estar em comunhão com   um dos culpados bastava para contrair mancha e tornar-se traídos, apóstata.

Todos os sacramentos administrados ou recebido pelos "traditores"eram considerados nulos.

Quanto a regeneração batismal, foram além dos católicos, crendo que a natureza humana de Cristo também precisava ser purificada pelo batismo.

Naturalmente rebatizaram os católicos que vieram a eles como condição de comunhão.


Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado.

OS GRANDES PERÍODOS DA HISTÓRIA DA IGREJA: A IGREJA IMPERIAL.(PARTE-III)

OS GRANDES PERÍODOS DA HISTÓRIA DA IGREJA:A IGREJA IMPERIAL.(PARTE-III)



TEXTO BASE ATOS 2:4

"E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem".


A IGREJA IMPERIAL

1ª DE CONSTANTINO, 313 AD ATÉ À QUEDA DE ROMA EM 476 AD.

No ano 305, quando Diocleciano abdicou o trono imperial, a religião cristã era terminantemente proibida, e aqueles que a professassem eram castigados com torturas e morte. Logo após a abdicação de Diocleciano, quatro aspirantes à coroa estavam em guerra.

Os dois rivais mais poderosos eram Majêncio e Constantino.

Constantino afirmou ter visto no céu uma cruz luminosa com os seguintes dizeres: "Por este sinal vencerás". 
Constantino ordenou que seus soldados empregassem para a batalha o símbolo que se conhece como " Labarum ", e que consistia na superposição de duas letras gregas, X e P.

Em batalha travada sobre a ponte Mílvio, Constantino venceu o exercito de Majêncio e este morreu afogado caindo nas águas do rio.

Após este vitoria Constantino fez aliança com Licínio e posteriormente com Maximino os outros dois pretendentes a coroa.

Em 323 AD, Constantino alcançou o posto supremo de Imperador, e o Cristianismo foi então favorecido.

Os templos das Igrejas foram restaurados e novamente abertos em toda parte.

Em muitos lugares os templos pagãos foram dedicados ao culto cristão.

Em todo o império os templos pagãos eram mantidos pelo Estado, mas, com, a conversão de Constantino, passaram a ser concedido às Igrejas e ao clero cristão.

O Domingo foi proclamado como dia de descanso e adoração.

Como se vê, do reconhecimento do Cristianismo como religião preferida surgiram alguns bons resultados, tanto para o povo como para a igreja:

1ª As perseguições acabaram

2° A crucificação foi abolida

3° Templos restaurados e muitos construídos

4° O infanticídio foi reprimido

5° As lutas de gladiadores foram proibidas

Apesar de os triunfos do Cristianismo haverem proporcionado boas coisas ao povo, contudo a sua aliança com o Estado, inevitavelmente devia trazer, como de fato trouxe, maus resultados para a igreja.

6° As Igrejas eram mantidas pelo Estado e seus ministros privilegiados, não pagavam impostos, os julgamentos eram especiais.

7° Iniciou-se as perseguições aos pagãos, ocorrendo assim muitas conversões falsas.

8° Todos queriam ser membros da Igreja e quase todos eram aceitos.

Homens mundanos, ambiciosos e sem escrúpulos, todos desejavam postos na Igreja, para, assim obterem influência social e política.

9° Os cultos de adoração aumentaram em esplendor, é certo, porém eram menos espirituais e menos sinceros do que no passado.

10° Aos poucos as festas pagãs tiveram seus lugares na Igreja, porém com outros nomes. 

A adoração a Vênus e Diana foi substituída pela adoração a virgem Maria. As imagens dos mártires começaram a aparecer nos templos, como objeto de reverência.

No ano 363 AD todos os governadores professaram o Cristianismo e antes de findar o quarto século o Cristianismo, foi virtualmente estabelecido como religião do Império.

A Fundação de Constantinopla

O Imperador Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada à adoração pagã, cheia de templos e estátuas pagãs. Ele desejava uma capital sob os auspícios da nova religião.

Na nova capital, a igreja era honrada e considerada, não havia templos pagãos.

Logo depois da fundação da nova capital, deu-se a divisão do império.

As fronteiras eram tão grande que um imperador sozinho não podia defender seu vastíssimo território.

As Controvérsias

A Primeira Controvérsia Apareceu por causa da doutrina da Trindade.

O Presbítero Ario de Alexandria defendia a tese de que Jesus era superior aos homens porém inferior ao Pai, não admitia a existência eterna de Cristo. Seu principal opositor foi Atanásio também de Alexandria afirma a unidade de cristo com o Pai e sua divindade.

Constantino não teve êxito em resolver a questão por isso convocou o concílio de Nicéia em 325 AD onde a doutrina de Ário foi condenada.

A Controvérsia de Apolinário Apolinário era Bispo em Laodicéia quando declarou que a natureza divina tomou lugar da natureza humana de Cristo.

Este Heresia foi condenada no Concílio de Constantinopla em 381 AD.

A Controvérsia de Nestor Nestor era sacerdote em Antioquia quando se opôs a aplicação do termo " Mãe de Deus ", a Maria, afirmou que as duas natureza de Cristo agiam em harmonia.

No Concílio de Éfeso em 433 Nestor foi banido e suas obras foram queimadas e aprovado o termo " Mãe de Deus "
O Desenvolvimento do poder na Igreja Romana

Roma reclamava para si autoridade apostólica. 

A Igreja de Roma era a única que declara poder mencionar o nome de dois apóstolo como fundadores, isto é, Pedro e Paulo.

A organização da Igreja de Roma e bem assim seus dirigentes defendiam fortemente estas afirmações.

Neste ponto há um contraste notável entre Roma e Constantinopla. Roma havia feito os imperadores, ao passo que os imperadores fizeram Constantinopla.

Além disso Roma apresentava um Cristianismo prático. Nenhuma outra igreja a sobrepujava no cuidado para com os pobres, não somente com os seus membros , mas também entre os pagãos.

Foi assim que em todo o ocidente o bispo de Roma, começou a ser considerado como autoridade principal de toda a igreja.

Foi dessa forma que o Concílio Calcedônia, na Ásia Menor, no ano 451 AD, Roma ocupou o primeiro lugar e Constantinopla o segundo lugar.

O Cristianismo Vivo

O Cristianismo dessa época decadente ainda era vivo e ativo.

Devemos mencionar aqui alguns bispos e dirigentes da igreja nesse período que contribuíram para manter vivo o Cristianismo.

Atanásio ( 296 - 373 ) Foi ativo defensor da fé no início do período. Já vimos como ele se levantou e se destacou na controvérsia de Ário; foi escolhido bispo de Alexandria. Cinco vezes exilado por causa da fé, mas lutou fielmente até o fim.

Ambrósio ( 340 - 397 ) Foi eleito bispo enquanto ainda era leigo e nem mesmo batizado.

Converteu-se posteriormente, repreendeu o próprio imperador (Teodósio) por causa de um ato cruel e mais tarde o próprio imperador o tratou com alta distinção. Foi autor de vários livros.

João Crisóstomo ( 345 - 407 ) " Boca de ouro " em razão de sua eloqüência inigualável, foi o maior pregador desse período. Chegou a ser bispo em Constantinopla.

Entretanto, sua fidelidade, zelo reformador e coragem, não agradava à corte. Foi exilado e morreu no exílio.
Jerônimo ( 340 - 420 ) Foi o mais erudito de todos. Estudou literatura e oratória em Roma.

De seus numerosos escritos, o que teve maior influência foi a tradução da Bíblia para o latim, obra que ficou conhecida como Vulgata Latina, isto é, a Bíblia em linguagem comum, até hoje usada pela Igreja católica Romana.
Agostinho ( 354 - 430 ) O nome mais ilustre desse período, bispo em Hipona na África. 

Escritor de vários livros sobre o Cristianismo e sobre a própria vida. Porém a fama e a influência de Agostinho estão nos seus escritos sobre a teologia cristã, da qual ele foi o maior expositor, desde o tempo de Paulo.


III° CONTROVÉRSIAS TRINI-TÁRIAS E CRISTOLOGICAS

No fim do II Século e no III começam aparecer divergências de interpretação dentro da  própria Igreja.

As três grande linhas de interpretação posterior (Ásia Menor, Roma e Alexandria) já começaram aparecer nos pais apostólicos.

Movimentos gnósticos estão presentes em toda a Igreja no fim do II e início do III século.

Só foi possível contorná-los após a exclusão de seus grandes líderes. Com a ascensão de Constantino, conhecido como o "imperador cristão", o palco estava pronto para uma série de conflitos teológicos que duraria do IV até o VIII século.

Estas controvérsias começaram como discussão da relação de Jesus Cristo a Deus Pai e terminaram tentando explicar a relação entre as duas naturezas de Cristo.

As primeiras são chamadas de "trinitárias"; as últimas, "cristológicas".


O Concílio de Níceia

Este concílio reuniu 318 bispos por um período de 3 meses para resolver as diferenças entre Alexandre e  Ário. Segundo Ário, presbítero de Alexandria, somente Deus Pai seria eterno não gerado.

O Logos, o Cristo preexistente, seria mera criatura. Criado a partir do nada, nem sempre existiria.

O Cristo existiria num tempo anterior à nossa existência temporal, mas não era eterno.

Por outro lado estavam Alexandre e  o jovem Atanásio que afirmava que o Logos era eterno e era o próprio Deus que apareceu em Jesus.

Deus é Pai apenas porque é o Pai do Filho. Assim o Filho não teria tido começo e o Pai estaria com o  Filho eternamente.

Portanto, o Filho seria o filho eterno do Pai, e o Pai, o Pai eterno do Filho.

A cristologia de Ário foi rejeitada pelo concílio de Nicéia afirmando que a igreja acreditava em: "um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus; gerado do pai, unigênito da essência do Pai, Deus de Deus, Luz de  Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não feito, consubstancial com o Pai, por quem todas as   coisas foram feitas no céu e na terra; o qual , por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu e  encarnou e foi feito homem" "todos os que dizem que houve um tempo que ele não existiu, ou que não  existiu antes de ser feito, e que foi feito do nada ou de alguma outra substância ou coisa, ou que o Filho de  Deus é criado ou mutável, ou alterável, são condenados pela Igreja Católica".


Controvérsia Cristológica

A questão do relacionamento entre o Filho e o Pai foi resolvida em Nicéia.

Porém isto  gerou novos questionamentos, agora em torno do relacionamento entre as naturezas  humanas e divina de Cristo.

Em geral os teólogos ligados a Alexandria salientaram a  divindade de Cristo, enquanto que os relacionados a Antioquia, a sua humanidade, às  expensas de Sua deidade.

A controvérsia se iniciou no ensino de Paulo de Samosata, bispo de Antioquia.

Este ensinava o que se chama de adocionismo ou monarquismo  dinâmico. Jesus era um homem "energizado"pelo Espírito no batismo e assim exaltado à  dignidade divina.

Apolinário de Laodicéia foi o primeiro a negar formalmente que Jesus  teve uma alma racional. No seu lugar estava o divino Logos.

O Concílio de Calcedônia (451) definiu a cristologia afirmando que Jesus Cristo era: "perfeito em divindade e perfeito em humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, de alma racional e corpo, da mesma substância com o Pai segundo a divindade; e da mesma substância conosco segundo a humanidade, semelhante a nós em todos os    aspectos, sem pecado, gerado do Pai antes de todos os tempos segundo a divindade..."


IV° OS HISTORIADORES DA IGREJA

Eusébio de Cesaréia (260-340). Escreveu sua História Eclesiástica onde apresenta a história da Igreja desde seu início até 324.

A sua Crônica começa com Abraão e vai a 323.

Deu estrutura cronológica para toda a história medieval. Escreveu a Vida de Constantino onde louva o imperador.
 Foi acusado de ser  semi-ariano.

Socrates. Nasce em Constantinopla e escreveu a história da Igreja de 305 até 439.

É um autor não  crítico, ignorava a Igreja no oeste. Ele apresenta uma coleção inestimável de dados e documentos.

Sozomen. Foi criado em Gaza mas viveu em Constantinopla após 406. Apresenta a história de 323 a 439.

Foi educado para ser monge. Dá destaque ao monarquismo em detrimento de outros dados como a  verdadeira filosofia cristã. A biografia é a principal força de sua história.

Os "Teólogos" da Igreja

Atanásio(298-373) Assistiu o Concílio de Nicéia, mas aparentemente não foi um grande luminário lá.

Após a morte de Cirilo, Atanásio foi eleito bispo de Alexandria em 328. Durante seu bispado foi exilado 5  vezes por Constantino e seus sucessores.

Sua força se tornou tão grande, que os últimos dois mandatos do exílio não podiam ser cumpridos.

Nesse período a ortodoxia nicena já havia triunfado sobre o     arianismo. Sua vida pode ser dividida em 3 etapas:

Antes de Nicéia até 325; luta contra o arianismo 325-361 e período de vitória da ortodoxia, 361-373
João Crisóstomo (345-407). foi um grande expositor e orador.

Ao princípio advogou segundo seu treino   em direito.

Após seu batismo em 368 se tornou monge. Com a morte da sua mãe em 374 seguiu uma vida  extremamente ascética até 380. foi ordenado em 386 e se tornou patriarca de Constantinopla em 398.

Foi banido em 404 por ter denunciado as vestimenta extravagantes da imperatriz, bem como a colocação de uma estatueta dela em prata na Igreja ao lado de Santa Sofia.

Morreu no exílio em 407. Ainda existem 604 dos seus sermões.

A leitura destes sermões mostra a força da sua pregação sem o acréscimo da  personalidade de seu autor.
A grande maioria destes sermões versam sobre as epístolas de Paulo.

Procurava levar em consideração o contexto e aplicar aos dias dele o sentido literal do texto.

Teodoro de Mopsuéstia (350-428). Foi príncipe dos exegetas da antiguidade. em contraste com os   alexandrinos, ele com Crisóstomo procuravam proclamar o sentido natural do texto. 

Foi defensor, pelo   menos em parte, de Nestório. Defendeu insistentemente a integridade da humanidade de Cristo.

Basílio de Cesaréia (329-379) foi instalado na sé de Cesareia em 370. Logo em seguida começou uma série de negociações teológicas, primeiro com Atanásio e depois com o papa Dâmaso para promover a reunião das igrejas cismadas pela controvérsia sobre a Trindade. Graças a sua obra de organizador e legislador criou uma nova concepção da instituição monástica.

Colocou como ideal o quadro dos cristãos em Jerusalém (At: 2=4) e destacou daí a obediência ao superior.

Gregório de Nissa (331-395). Irmão mais novo de Basílio, foi um estudante da Bíblia e de Orígenes.

Foi   eleito bispo em 371. Tornou-se o defensor mais avançado do credo de Nicéia.

Foi o primeiro a procurar  estabelecer por considerações racionais a totalidade das doutrinas ortodoxas.

A filosofia se tornou uma auxiliadora da teologia. Embora divergiu de Orígenes, especialmente em cosmologia, na maior parte   aceitou o ensino deste no que podia acomodá-lo à fé explícita da Igreja.

Gregório de Nazianso (330-390). Foi eleito bispo em 372, junto com os dois anteriores, procurou  reconciliar as 2 proposições de Atanásio: a identidade de essência entre Pai e Filho com a distinção de  pessoalidade entre Pai e Filho. 

Os 2 Gregório também procuravam salvar a reputação de Orígenes para a ortodoxia.

Assim adotaram a doutrina de Orígenes que rezava que o Logos uniu-se com a natureza  sensível pela mediação de uma alma humana racional.

Acrescentaram que o Logos tomou todas as partes   da natureza humana em comunhão consigo e as permeava.

Jerônimo (347-419). Foi o autor da Vulgata que ele insistiu traduzir do grego (NT) e hebraico (AT), salvo os Salmos que já foram traduzidos da Setuaginta (LXX). 

Jerônimo introduziu dois outros elementos à   Igreja ocidental que tiveram grandes repercussões lá. Introduziu a vida ascética a Europa ocidental.

A importância disto só pode ser avaliada à luz da forma que a Igreja toma na Europa medieval. Introduzido
também Orígenes ao Oeste. Por causa de uma tradução tendenciosa por parte de Rufino, Jerônimo fez  uma tradução ao pé da letra de Orígenes.

Mais tarde ficou embaraçado de ter seu nome ligado a  Orígenes. Condenou a doutrina deste, mas sempre admirou seu estilo de escritor.

Além de suas traduções  da Bíblia e de Orígenes, Jerônimo é famoso por seus comentários nas Escrituras.

Seu primeiro (388) comentário foi sobre Eclesiástes, seguido no mesmo ano por Gálatas, Efésios e Tito.

Três anos depois publicou um sobre 5 dos profetas menores. De 397 até 419 completou os profetas menores, bem como Jonas, Daniel, Isaias, Ezequiel e Jeremias. E do NT apenas Mateus.

Ambrósio de Milão (340-397). Foi um grande administrador eclesiástico; pregador e teólogo.

Foi a   pregação de Ambrósio que trouxe Agostinho ao evangelho.

Era governador imperial da área ao redor de Milão quando o bispo da cidade morreu em 374.

O povo unanimemente queria que Ambrósio aceitasse ser bispo.

Crendo ser isto a vontade de Deus, renunciou ao seu cargo político, distribuiu seus bens aos  pobres e, após sua eleição, iniciou um estudo intensivo das Escrituras.

Foi um grande pregador apesar de  sua exposição ser desfigurada pela interpretação alegórica das Escrituras.

Resistiu ao imperador Teodósio, não permitindo-o participar da Ceia até que humilde e publicamente se arrependesse do  massacre dos tessalonicenses.

Aparentemente foi Ambrósio que introduziu o cantar de hinos na Igreja Ocidental.

Um Forte Abraço! Nos laços do Calvário que nos une......A serviço do Rei, PR João Nunes Machado.