sábado, 4 de fevereiro de 2023

JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA - UMA HISTÓRIA DE AMOR À BÍBLIA*

Biografia de João Ferreira de Almeida

João Ferreira de Almeida (1628-1691), um português que recebeu a sua educação teológica na Holanda, empreendeu a primeira tradução do Novo Testamento para a língua portuguesa, a partir do original grego. 

Em 1670 a tradução estava concluída e onze anos depois foi publicada. 

João Ferreira de Almeida faleceu antes de completar a tradução de todo o Antigo Testamento do original hebraico. 

No entanto traduziu-o, de Génesis a Ezequiel, enquanto estava em Java (Indonésia). 

Em 1819 foi publicada a primeira edição da Bíblia em Português, de Génesis a Apocalipse, traduzida por João Ferreira de Almeida, sendo as versões revistas e actualizadas, posteriormente, as quais continuam a ser utilizadas pelos cristãos evangélicos de língua portuguesa.

A sua infância e juventude

João Ferreira de Almeida nasceu em 1628, em Torre de Tavares, concelho de Mangualde (Portugal). 

Filho de pais católicos, mudou-se para a Holanda, passando a residir com um tio e onde aprendeu o latim e se iniciou no estudo das normas da Igreja Católica.

Aos 14 anos, em 1642, aceitou a fé evangélica, na Igreja Reformada Holandesa, impressionado pela leitura de um folheto em espanhol, "Diferencias de la Cristandad", que tratava das diferenças entre as diversas correntes da crença cristã.

Em 1644, aos 16 anos, João Ferreira de Almeida iniciou uma tradução do espanhol para o português, dos Evangelhos e dos Actos dos Apóstolos, os quais, copiados a mão, foram rapidamente espalhados pelas diversas comunidades dominadas pelos portugueses. Para este grandioso trabalho, João Ferreira de Almeida também usava como fontes as versões latina, de Beza, francesa e italiana, todas elas traduzidas diretamente do grego e do hebraico. No ano de 1645, a tradução de todo Novo Testamento foi concluída; mas apenas seria editada em 1681, em Amsterdão.

Em 1648, relata J. L. Swellengrebel, um holandês que teve acesso às Actas do Presbitério da Igreja Reformada da Batávia e às Actas da Companhia Holandesa das Índias Orientais, João Ferreira de Almeida já desempenhava as funções de capelão visitante de doentes, em Malaca, Malásia, "percorrendo diariamente os hospitais e casas de doentes, animando e consolando a todos com as suas orações e exortações". 

Em Janeiro de 1649, foi escolhido como diácono e membro do presbitério. 

Nessa função tinha a responsabilidade de administrar o fundo social, que prestava assistência aos pobres. 

Durante os dois anos em que desenvolveu essa função, continuou a sua obra de tradução e, após a tradução do Novo Testamento, dedicou-se e traduziu o Catecismo de Heidelberg e o Livro da Liturgia da Igreja Reformada. 

As primeiras edições dessas obras foram publicadas em 1656 e posteriormente em 1673.

Em março de 1651, foi para a Batávia, para a cidade de Djacarta, ainda como capelão visitante de doentes, mas simultaneamente, desenvolvia os seus estudos de Teologia e revisava o Novo Testamento.

Em 17 de março de 1651, foi examinado publicamente, sendo considerado candidato a ministro. Depois de ser examinado, pregou com eloquência sobre Romanos 10:4. 

Desenvolveu também um ministério importantíssimo entre os pastores holandeses ensinando-lhes o português, uma vez que ministravam nas igrejas portuguesas das Índias Orientais Neerlandesas. 

Em setembro de 1655, João Ferreira de Almeida o exame final, quando prega sobre Tito 2.11-12, mas só recebeu a sua confirmação em 22 de agosto de 1656. 

Neste mesmo ano, quase um mês depois, em 18 de setembro, é enviado como ministro para o Ceilão, hoje Sri Lanka.

Perseguição, inquisição e obstáculos à publicação da tradução

Em 1657, João Ferreira de Almeida encontrava-se em Galle, no sul do Ceilão. 

Durante o seu ministério em Galle, assumiu uma posição tão firme contra o que ele chamava de "superstições papistas", que o governo local resolveu apresentar uma queixa a seu respeito ao governo da Batávia. 

Durante a sua estadia em Galle é que, provavelmente, conheceu e se casou com Lucretia Valcoa e Lemmes, ou Lucrecia de Lamos, jovem também vinda do catolicismo romano. 

O casal completou-se como família tendo dois filhos, um menino e uma menina, dos quais os historiadores não comentam mais nada. 

No decorrer da viagem de Galle para Colombo, Almeida e a sua esposa foram milagrosamente salvos da investida de um elefante.

A partir de 1658, e durante três anos, Almeida desenvolveu o seu ministério na cidade de Colombo e ali de novo enfrenta problemas com o governo, o qual tentou, sem sucesso, impedi-lo de pregar em português. 

O motivo dessa medida, estava provavelmente relacionado com as firmes e fortes idéias anti-católicas de João Ferreira de Almeida.

Em 1661, Almeida seguiu, no sul da Índia, onde ministrou o evangelho durante um ano, mas onde também foi perseguido. 

As Tribos da região negaram-se a ser baptizadas ou ter os seus casamentos abençoados por ele, pelo facto da Inquisição ter ordenado que um retrato de Almeida fosse queimado numa praça pública em Goa.

Em 1676, após ter dedicado vários anos a aprender grego e hebraico e a aperfeiçoar-se na língua holandesa, João Ferreira de Almeida concluiu a tradução do Novo Testamento para a língua portuguesa, passando a batalhar pela publicação do texto, já que para ter o aval do presbitério e o consentimento do Governo da Batávia e da Companhia Holandesa das Índias Orientais, o seu texto deveria passar pelo crivo dos revisores indicados pelo presbitério. 

Em 1680, quatro anos depois do início da revisão, desiludido com a morosidade da publicação, envia o seu manuscrito, para ser publicado na Holanda por conta própria. O seu desejo é que a Palavra de Deus seja conhecida pelo povo de língua portuguesa. Mas, o presbitério percebeu a situação e conseguiu sustar o processo, interrompendo a impressão.

Depois de alguns meses, quando João Ferreira de Almeida já estava prestes a desistir da publicação, recebeu cartas vindas da Holanda, informando que o texto tinha sido revisto e que estava a ser impresso. 

Em 1681, foi publicada a primeira edição do Novo Testamento de Almeida e, no ano seguinte, em 1682, chegou à Batávia. 

Quando começou a ser manuseada foram percebidos vários erros de tradução e revisão. Tal facto foi comunicado à Holanda e todos os exemplares que ainda não haviam saído foram destruídos, por ordem da Companhia Holandesa das Índias Orientais. 

As autoridades holandesas determinaram também que se fizesse o mesmo com os exemplares que já estavam na Batávia. Mas, ao mesmo tempo, providenciaram para que se começasse, o mais rapidamente possível, uma nova e cuidadosa revisão do texto. 

Apesar das ordens recebidas da Holanda, nem todos os exemplares foram destruídos, e correções foram feitas a mão com o objetivo de que cada comunidade pudesse fazer uso desse material. 

Um desses exemplares foi preservado e encontra-se no Museu Britânico em Londres. 

O trabalho de revisão e correção do Novo Testamento foi iniciado e demorou dez longos anos para ser terminado. 

Somente após a morte de João Ferreira de Almeida, é que essa segunda versão foi impressa, na própria Batávia, e distribuída.

A dedicação no final da vida

Apesar da sua saúde estar abalada, entregou-se ainda mais à tradução do Antigo Testamento. Um ano depois, em 1683, já havia traduzido o Pentateuco. 

João Ferreira de Almeida faleceu em Outubro de 1691, deixando a esposa e um casal de filhos.

Nessa altura, tinha traduzido o Antigo Testamento, para a língua portuguesa, até Ezequiel 48.21.

A tradução do Antigo Testamento foi completada em 1694 por Jacobus op den Akker, pastor holandês. Depois de passar por muitas mudanças, ela foi impressa na Batávia, em dois volumes: o primeiro em 1748 e o segundo, em 1753.

Datas importantes da tradução de João Ferreira de Almeida da Bíblia

1676 - Conclusão da tradução do Novo Testamento para português

1681 - Data da publicação, na Holanda do Novo Testamento, em português

1691 - Morte de João Ferreira de Almeida. Tinha traduzido até Ezequiel 48:21.

1753 - Publicação da Bíblia, na tradução de João Ferreira de Almeida, em três volumes.

1819 - Primeira impressão da Bíblia completa em português, em um único volume. Tradução de João Ferreira de Almeida. Publicada em Londres.

1898 - 1.ª Revisão da tradução de João Ferreira de Almeida, que recebeu o nome de «Revista e Corrigida».

1932 - Versão de Matos Soares, elaborada em Portugal.

1956 - Publicação da versão "Revista e Atualizada", pela Sociedade Bíblica do Brasil.

1968 - Publicação da versão dos padres Capuchinhos.

1993 - 2.ª Edição da versão Revista e Atualizada

1995 - 2.ª Edição da versão Revista e Corrigida. 

Por, Rev Ednaldo Breves

domingo, 29 de janeiro de 2023

ATENTOS ÀS ARMADILHAS DA INFIDELIDADE COJUGAL-PARTE I *

TEXTO BASÍCO PV 12: 27

INTRODUÇÃO

“O prudente antevê o perigo e toma precauções; o ingênuo avança às cegas e sofre as consequências”(Pv27:12, NVT).  

A infidelidade começa de mansinho, de forma sorrateira, encoberta e dissimulada. 

Quando a pessoa envolvida em adultério se dá conta, está enredada em um caminho que leva à destruição.

Muitos casamentos já acabaram por causa desse mal, resultando em sofrimento para o cônjuge traído e para as pessoas do círculo familiar, principalmente os filhos.

Falar sobre as armadilhas da infidelidade conjugal é fundamental, principalmente em uma sociedade que prega padrões de comportamento cada vez mais distanciados da vontade de Deus revelada nas Escrituras.

Para isso, conversamos com Josué Gonçalves, autor de Família Indestrutível, um dos mais prestigiados especialistas brasileiros em assuntos relacionados à família e ao casamento.

Pr Josué Gonçalves traz à tona verdades impactantes sobre a questão do adultério, adverte os leitores sobre alguns sinais de alerta que apontam um potencial perigo para o casal e compartilha diversos textos bíblicos para a reflexão. Confira!  

Mundo Cristão: Infidelidade conjugal. Por que é importante falar e estar alerta sobre o assunto?

Josué Gonçalves: A infidelidade é como uma mina explosiva enterrada no caminho do casal. 

Quem ali pisa morre ou fica amputado. Nada é mais destruidor para um relacionamento do que a traição.

Mesmo quando há o perdão, as marcas da infidelidade ficam como um memorial sinistro do que uma escolha errada pode acarretar.

Sofre o cônjuge, sofrem os filhos, sofre o adúltero. 

Assim como a terra foi amaldiçoada quando Adão pecou, toda a família e negócios de quem adultera são desastrosamente afetados. 

A reconstrução é sempre dolorosa, embora possível.

A base que sustenta o relacionamento conjugal é a confiança. Para construir confiança é necessário trabalhar só com a verdade, e isso tem a ver com fidelidade.

Orientar os casais sobre como vencer a tentação e se manter fiel é imprescindível para a manutenção do casamento. 

A Palavra de Deus diz que: “O prudente antevê o perigo e toma precauções; o ingênuo avança às cegas e sofre as consequências” (Pv 27.12, NVT).  

De que forma a infidelidade conjugal é concebida e quais são os sinais de alerta de que existe um potencial perigo para o casal?

Uma traição é precedida por sinais acerca dos quais os casais precisam estar muito atentos. 

O sinal número um é o esfriamento espiritual.

O relacionamento com Deus fica difícil quando um pecado de impureza é abrigado no coração. Por vezes os sinais são sutis e a pessoa nem percebe. 

O culto fica sem graça, o devocional se torna mecânico e a alegria da salvação fica para trás.

O sinal número dois é percebido em casa, quando a relação se torna somente fraterna. 

Os mimos e dengos típicos do casal deixam de existir e a “educação” passa a dirigir os diálogos.

Esta sequência costuma preceder ou estar presente durante uma traição (de coração ou de fato): distanciamento emocional, morte do diálogo, prática do ato sexual muito espaçada, falta de admiração em relação ao outro; ausência de elogios e declarações de amor; a preferência por fazer hora-extras do que voltar para casa mais cedo.

Também acontece de ele ou ela começar a se produzir muito para sair, o que não acontecia antes; a apagar conversas no celular; quando ele ou ela sempre atende o telefone escondido; quando marido ou mulher passa a confidenciar sua crise de casa com uma pessoa do mesmo sexo no trabalho, na escola ou na igreja. 

Esses são alguns dos sinais que podem evidenciar “infidelidade” no coração ou de fato.

Infidelidade conjugal trata-se apenas de ato sexual ilícito?

É claro que a infidelidade sexual é a mais discutida e a que traz prejuízos irreparáveis. Porém, o casal precisa ser fiel na convivência social, no sexo, na educação dos filhos, na religião, na profissão, nas finanças, nas alegrias e tristezas. Se faltar fidelidade nessas áreas, todo o relacionamento será afetado.

A infidelidade nasce, acima de tudo, no coração. 

As queixas e as mágoas abrem caminho para a quebra do “encanto” inicial do casal. Como a murmuração e a queixa quebram a comunhão plena com Deus, busca-se um ou mais estímulos que possam compensar a falta da paz e o vazio que o orgulho causou.

Um filme mais picante, uma conversa mais ousada com alguém do sexo oposto, um olhar demorado para o corpo de outras mulheres, o uso de roupas sensuais são “pequenas” transgressões que têm como alvo fazer a pessoa se sentir um pouco melhor.

O pior é que quem age assim, normalmente culpa o outro pelos seus pecados. 

O adultério é, em primeiro lugar, contra Deus e depois contra o cônjuge. 

Deitar-se com outra pessoa, masturbar-se ou deleitar-se em conversas ilícitas é só a consequência que trará os efeitos já tratados anteriormente.

De forma resumida, o que a Bíblia fala sobre o tema?

Há um texto em Provérbios 5.15 que diz: “Beba a água de sua própria cisterna, compartilhe seu amor somente com sua esposa”. Todo o contexto desse capitulo de Provérbios fala de forma figurada de sexo no casamento.

No verso 15, o texto diz: “Beba a água de sua própria cisterna… do seu poço”. 

Beber água da fonte do outro ou da outra é infidelidade. 

A mulher é comparada a uma fonte. Não há ser humano capaz de tomar toda a água de uma cisterna.

A figura é que há mais do que o homem dá conta. 

Na relação sexual, quem impõe o limite é o homem, que, uma vez tendo satisfeita a sua tensão sexual, precisará de um tempo para estar pronto novamente.

Uma mulher é capaz de dormir com quantos homens quiser em uma só noite! Ela é uma fonte exclusiva que só se deita com o marido, que nunca poderá secá-la, e sempre haverá mais do que ele pode dar conta. 

Não há desculpas para alguém buscar outra pessoa fora do casamento.

O texto continua e adverte: “Reserve essa água apenas para vocês; não a reparta com estranhos” (5.17). 

Quem beber de fontes externas, que pertence a outros, pode expor a sua própria fonte aos estranhos. 

Quando a porta do adultério é aberta pelo homem, a sua mulher fica exposta ao mesmo pecado. 

As consequências são desastrosas.

O adúltero pode perder o respeito, a dignidade (Pv 5.13-23), a honra (Pv 5.9), pode fracassar nos negócios, pode perder a integridade física, morrer prematuramente (Pv 7.21-23) e se arruinar totalmente. Pior que tudo isso é ter a sua consciência maculada e incapaz de enxergar o pecado e voltar ao caminho da sensatez (Pv 2.19). 

Muitos que entraram por esse caminho não conseguiram voltar (Pv 15.22, 23).

Nossas igrejas colecionam o triste índice de segundos casamentos que começaram com relacionamentos de adultério, em que os adúlteros não “conseguiram” se arrepender e acharam melhor assumir o “novo amor”, 
rejeitando o anterior e casando-se novamente.

No livro de Malaquias, lemos: “E ainda perguntam: “Por quê?”. Porque o Senhor foi testemunha dos votos que você e sua esposa fizeram quando jovens. Mas você foi infiel, embora ela tenha continuado a ser sua companheira, a esposa à qual você fez seus votos de casamento” (Ml 2.14 – Grifo do autor). 

Outros textos: Ex 20.14; Hb 13.4. 

Por, Pr Josué Gonçalves

ATENTOS ÀS ARMADILHAS DA INFIDELIDADE COJUGAL-PARTE II*

TEXTO BASÍCO PV 28:13

INTRODUÇÃO

“Quem oculta seus pecados não prospera; quem os confessa e os abandona recebe misericórdia” (Pv 28.13).

Quais recomendações daria aos casais no intuito de ajudá-los a ficar prevenidos contra ciladas e tentações que podem acometê-los na caminhada?

Todo pecado é precedido por uma tentação, e a infidelidade conjugal não é diferente.

Para se manter fiel ao cônjuge, é necessário que marido e mulher aprendam a vencer a tentação antes de vencer o pecado.

Algumas dicas importantes:

*Primeira: Jesus disse: “Vigiem e orem para que não cedam à tentação, pois o espírito está disposto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41).

As nossas vitórias ou derrotas na vida são determinadas na mente, por isso temos que vigiar os nossos pensamentos.

Nossas ações são determinadas por aquilo que domina nosso coração (Fp 4.8); 

*Segunda: o melhor momento para vencer a tentação é quando ela começa, por isso Jesus disse que o adultério nasce no coração e ali já constitui pecado.

Quem batalha no coração e confessa as tentações fica longe do pecado físico; 

*Terceira, o casal precisa construir um ambiente de confiança e transparência onde os dois possam confessar as tentações.

Casais que levam a Palavra a sério, procuram andar na luz e prestam conta um para o outro; 

*Quarta: o casal precisa colocar limites no celular, no uso das redes sociais, no carro, em casa e no trabalho.

A Bíblia diz: “Eu, a Sabedoria, moro com a prudência; sei onde encontrar conhecimento e discernimento” (Pv 8.12).  

E para quem está envolvido com a infidelidade e o adultério, quais conselhos daria?

A Bíblia diz: “Quem oculta seus pecados não prospera; quem os confessa e os abandona recebe misericórdia” (Pv 28.13).

O caminho para a libertação do pecado de adultério passa pelo arrependimento, ou seja, é necessário reconhecer o pecado, sentir tristeza pelo pecado, confessar e abandonar o pecado.

Jesus mesmo, quando fala acerca do adultério em Mateus 5.29, apresenta a saída: “Se o olho direito o leva a pecar, arranque-o e jogue-o fora.

É melhor perder uma parte do corpo que ser todo ele lançado no inferno”.  

A saída é cortar, evitar, romper, terminar, se afastar de toda e qualquer possibilidade de pecar novamente.

O problema é o celular?

Compre um dumbphone. É o WhatsApp? Troque o número e comece de novo. É o Facebook? Encerre a conta. 

É o colega de trabalho? Peça transferência ou demissão.

É o vizinho?

Mude de endereço. Todas as contas devem ter senhas conhecidas pelo cônjuge. 

O casal precisa prestar contas um ao outro, e de preferência ter um casal de mentores. Corte, sem pena do pecado!

Para concluir:

se você está envolvido com a infidelidade e o adultério, saiba que está em uma situação muito, mas muito difícil mesmo. Confesse o seu pecado a Deus, ao cônjuge e ao pastor.

Aguente o tranco, pois as consequências serão dolorosas. Seja valente e não recue. Corte suas relações com a amante. Seja firme e duro. Não tenha pena dela.

Tenha pena da sua esposa e faça o que a sua esposa pedir, como fez Abraão quando “Deus, porém, lhe disse: ‘Não se perturbe por causa do menino e da serva.

Faça tudo que Sara lhe pedir, pois Isaque é o filho de quem depende a sua descendência’” (Gn 21.12). 

Foi assim que Abraão ficou somente com a sua esposa, Sara.

Faça acompanhamento, preste contas e Deus há de restaurar o seu casamento, apesar de você ter pisado na mina explosiva do adultério. Deus é poderoso para transformar o mal em bem.


Existe a possibilidade de cura para casais vitimados por esse mal? Quais passos dar?

A cura passa necessariamente pelo perdão. Quando há predisposição para pedir perdão e perdoar, a graça de Deus cura e restaura. Porém, é necessário que o casal compreenda que esse processo tem suas fases.

A cura da ferida provocada pelo adultério não acontece de uma hora para outra, requer tempo. 

É muito importante que o casal seja acompanhado por conselheiros experientes que possam cuidar e orientá-los durante o processo de cura e restauração.

No meu canal no YouTube eu trato em diversos vídeos sobre esse assunto, mas posso assegurar que há cura, sim. Tudo é possível ao que crê.

Nosso Deus é especialista em tornar o mal em bem e em usar as coisas loucas do mundo para mostrar o seu poder.

Mesmo assim, quem adulterou precisa levar a sério o pecado. Nada de tentar minimizar ou desculpar o adultério culpando o outro.

Aprenda a assumir 100% da culpa, como fez o rei Davi: “Pequei contra ti, somente contra ti; fiz o que é mau aos teus olhos. Por isso, tens razão no que dizes, e é justo teu julgamento contra mim” (Sl 51.4)

Aceite a dor e o sofrimento causados pelo seu pecado. Não reclame do ciúme do cônjuge traído, não reclame das cobranças.

Através da decisão de só dizer a verdade, concentre-se em reconquistar a confiança que ficou em frangalhos.

Volte a relacionar-se profundamente com Deus, dependa do Espírito Santo e creia que ele fará a obra. 

Dedique-se a curar o seu cônjuge, a quem você “aleijou”.

Para quem foi traído, saiba que o desejo de mudar é primeiro passo da mudança e uma prova de amor. 

Perdoe e aguarde que seu cônjuge reconquiste a sua confiança.

Facilite, controle o seu ciúme e dependa de Deus, que é o único que pode mudar o coração do arrependido.

Deus há de fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos. 

Tenha ânimo, pois o Senhor é maior que o pecado do seu cônjuge.

Uma mensagem final aos leitores.

O mundo pinta o adultério como um mal menor, um detalhe que acontece a todos. Porém, a Palavra de Deus aponta tal pecado como uma catástrofe.

Aceitar as mentiras do mundo é o primeiro passo para o desvio. Escolha seus filmes, livros e amigos com cuidado.

Atenha-se ao seu relacionamento com Deus. Faça da paz o seu termômetro e não se afaste da comunhão com o Corpo de Cristo.

Mantenha o relacionamento sempre agradável e romântico. Faça das pressões externas pretexto para se unir mais ainda.

Seja humilde, confesse, peça perdão e perdoe sempre.

Lembre-se:
os votos que fizemos no dia da cerimônia do nosso casamento são testados a todo momento na vida conjugal.

São votos que nos lembram de viver de acordo com os valores estabelecidos na Palavra de Deus. 

Quem ainda se recorda do: “prometo te amar…”? Amar, antes de ser um sentimento, é um mandamento e uma decisão.

Decisão de ser fiel à promessa que fez no dia do pacto, e isso tem a ver com integridade de caráter.

Não basta amar, é preciso ser íntegro na convivência com o cônjuge, ter lealdade até que a morte os separe. 

Que o Senhor abençoe o seu casamento, hoje e sempre! 

Por, Pr Josué Goncalves

"ESPECIAL FAMÍLIA INDESTRUTÍVEL": PRNCÍPIOS PARA SUPERAR A CRISE*

TEXTO BASÍCO MC 4: 35-41

INTRODUÇÃO

35.Naquele dia, ao anoitecer, disse ele aos seus discípulos: "Vamos para o outro lado".

36.Deixando a multidão, eles o levaram no barco, assim como estava. Outros barcos também o acompanhavam.

37.Levantou-se um forte vendaval, e as ondas se lançavam sobre o barco, de forma que este ia se enchendo de água.

38.Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e clamaram: "Mestre, não te importas que morramos?"

39.Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar: "Aquiete-se! Acalme-se!" O vento se aquietou, e fez-se completa bonança.

40.Então perguntou aos seus discípulos: "Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?"

41.Eles estavam apavorados e perguntavam uns aos outros: "Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?"

Mundo Cristão: Quando a crise se instala no casamento… O que fazer?

Josué Gonçalves: Eu comparo o casamento como uma “viagem de barco”, a possibilidade de o casal enfrentar algumas tempestades é real e inevitável. 

O segredo é fazer o que os discípulos fizeram quando foram atravessar o mar da Galileia — levaram Jesus com eles. 

Lemos no Evangelho Segundo Marcos que quando o vento começou a soprar forte, as ondas a se avolumar e a tempestade a querer engolir o barco, eles clamaram por Jesus, que estava dormindo sobre um travesseiro na poupa do barco. 

Algumas lições que aprendemos com a experiência da viagem dos discípulos:

Toda viagem quase sempre começa muito bem;

Se a tempestade é uma possibilidade real, devemos nos preparar para isso também;

Em tempos difíceis precisamos nos lembrar de todos os que estão no barco;

Nossa atitude em tempos difíceis determinará o destino de todos os que estão conosco;

Não devemos ter medo de acordar quem pode nos ajudar no momento tempestuoso;

Nunca esquecer de levar Jesus conosco.

Família indestrutível. O que os leitores podem esperar da obra?

Todos que lerem esse livro descobrirão que é impossível ter uma família perfeita, mas é possível ter uma família saudável e feliz.

Qual é o seu sentimento ao ter seu primeiro livro lançado pelo selo Mundo Cristão?

Sempre admirei a Editora Mundo Cristão pela qualidade do trabalho e a seriedade como cumpre a sua missão e propósito. 

Isso me motivou a aceitar o convite para essa parceria. Creio que é o início de uma longa caminha de projetos que visam a implantação da cultura do Reino de Deus nas famílias.

Qual conselho o senhor deixa para os nossos leitores, especialmente para aqueles que estão passando por crises conjugais e já estejam até pensando em divórcio?

A família é o nosso maior patrimônio! Se você perder o seu dinheiro, não perdeu nada, se perder a sua saúde, perdeu alguma coisa, mas se perder a família, você perdeu muito, o seu maior patrimônio. 

Lutar pelo casamento é reconhecer o valor da família. 

Lembre-se: qualquer casamento pode dar certo quando os dois estão dispostos a mudar. 

O querer é a semente da mudança. Mude e tudo mudará ao seu redor.

E para os jovens que ainda estão solteiros e pretendem casar?

Casar é bom, manter-se casado e feliz dá trabalho. 

A nossa vida é o resultado das escolhas que fazemos, por isso, comece bem, escolhendo seu futuro cônjuge com base em valores e princípios que são permanentes. 

Nunca supervalorize a “casca-aparência”, em detrimento do “conteúdo-caráter”. 

Antes de decidir, faça para você mesmo(a) estas quatro perguntas: 

1) Eu me casaria com o Deus dele (a); 

2) Eu me casaria com os valores dele (a); 

3) Eu me casaria com a família dele (a); 4) 

4)Eu me casaria com a missão, vocação dele (a)?

Uma mensagem final…

Gosto do início do Salmo 127. Se o Senhor não edificar… Se o Senhor não guardar. 

O maior segredo para um casamento pleno está na dependência e no temor do Senhor. 

Portanto, conhecer Deus e dedicar-se a ele é uma medida que, além de garantir a sua eternidade, assegurará uma participação sobrenatural, eterna, invisível e poderosa em seu casamento e família.

Trabalhando com família descobrimos que há certos padrões que, embora saibamos que são corretos e que devemos fazer, nos damos conta de que simplesmente não conseguimos. Como um marido pode amar a sua esposa com o mesmo amor e dedicação que Jesus amou a igreja e entregou-se por ela? Como uma mulher no século XXI pode respeitar, honrar o marido e até obedecê-lo de todo coração? Somente um relacionamento íntimo com o Criador, através de Jesus Cristo, muda o interior, a maneira como pensamos e sentimos, de modo que passamos a ser o que desejávamos, mas não conseguíamos. Ele é o segredo da vitória.

Além disso, um casamento e uma família extraordinários estão em cima e não embaixo, e, para chegar, lá todos precisamos subir pelo menos quatro degraus – Primeiro- Ouvir; Segundo: Praticar; Terceiro: Ter um coração ensinável; Quarto: Servir. Os casais que se dispõem a subir esses degraus chegam onde mora a felicidade.

Por, Pr Josué Goncalves